Ciência
09/12/2021 às 12:00•2 min de leitura
Fortalecendo a marca no mercado de refrigerantes há gerações, a Coca-Cola é notoriamente uma superpotência no segmento. Isso, consequentemente, significa que a marca sabe se posicionar comercialmente para atrair o maior número de consumidores e constantemente se repagina para cumprir todo tipo de tendência.
Então, você já deve ter notado que em algumas épocas do ano a tampinha das garrafas de Coca mudam da cor vermelha para a amarela, certo? Por mais insignificante que essa transformação de visual pareça, ela carrega uma forte tradição por trás. Nós te contaremos mais sobre esse tema durante este texto!
(Fonte: Internet/Reprodução)
Se você não conhece a Pessach, também chamada de "Páscoa Judaica", ela é um feriado judaico que celebra a libertação dos hebreus da escravidão do Egito e acontece durante a primavera no Hemisfério Norte, durando um total de 7 dias. Nesse período, os judeus são proibidos de possuir ou consumir alimentos fermentados, o que inclui 5 grãos principais: trigo, espelta, aveia, centeio e cevada. É comum também que alguns judeus reconheçam outra categoria de alimentos proibidos (conhecidos como kitniyot), que inclui milho, arroz e feijão.
Mas o que isso tem a ver com a Coca-Cola? Na maior parte do ano, a fórmula do refrigerante contém xarope de milho, fazendo o produto não ser apropriado para consumo na Pessach (ou um alimento kosher), principalmente para as comunidades com descendência da Europa oriental.
Por conta disso, a Coca-Cola decidiu temporariamente substituir o xarope de milho na sua receita por açúcar, fazendo que a bebida se torne apta ao consumo dos judeus. E, para marcar essa alteração, a empresa utiliza as famosas tampinhas amarelas como demarcação.
(Fonte: Internet/Reprodução)
Toda essa transformação no posicionamento da Coca-Cola aconteceu em 1935, quando Tobias Geffen, um rabino ortodoxo residente de Atlanta (EUA), decidiu categorizar a bebida como um produto kosher. Logo, Geffen passou a lutar para que o refrigerante pudesse ser consumido dentro das tradições judaicas.
No mesmo ano, ele conseguiu convencer a Coca-Cola de que seria benéfico para a empresa realizar adaptações na fórmula de seu produto entre os meses de março e abril. “Porque a Coca-Cola já foi aceita pelo público em geral neste país e no Canadá, tornando-se um problema insuperável induzir a grande maioria dos judeus a se abster de tomar essa bebida. Então, eu tentei fervorosamente encontrar um método que permitisse o seu consumo”, declarou Geffen na época.
E logo o produto se tornou um sucesso. Mesmo que seja voltado à comunidade judaica, a Coca-Cola de tampinha amarela é a favorita de alguns consumidores pelo sabor diferenciado ou simplesmente pelo fato de evitar o xarope de milho com alto teor de frutose. Para não perder a participação no segmento, diversos outros fabricantes — como Sprite e Pepsi — também têm adotado técnicas similares nos últimos anos.