Estilo de vida
15/12/2022 às 12:00•3 min de leitura
Duas coisas mexem muito com cinéfilos em qualquer lugar do mundo: premiações do universo cinematográfico e listas. Pois duas associações de roteiristas dos Estados Unidos decidiram se unir para, já que não podem interferir para dar prêmios, montar uma lista com os melhores roteiros escritos no século XXI.
Claro, nós e eles sabemos que o século ainda está no início, ainda estamos caminhando para 2023, mas por essa razão a proposta dos votantes é que a lista seja aberta. Isso significa que ela será atualizada com o transcorrer dos anos (e dos filmes). A seleção foi bem grande, contemplando 101 títulos. Separamos os 6 primeiros lugares. Confira.
(Fonte: A24/Reprodução)
Muita gente lembra de Moonlight: Sob a Luz do Luar por conta da polêmica leitura do vencedor de melhor filme no Oscar de 2017, quando erroneamente deram a estatueta para La La Land, quando o filme dirigido por Barry Jenkins era o real vencedor.
Vencedor também de melhor roteiro, o filme era dividido em três capítulos, todos muito atraentes, sobre a vida de um jovem negro gay em um dos bairros mais perigosos de Miami. Foi a consagração da adaptação da peça teatral de Tarell Alvin McCraney.
(Fonte: Miramax/Reprodução)
Adaptado do romance de Cormac McCarthy, Onde os Fracos Não Têm Vez foi adaptado pelos irmãos Joel e Ethan Coen para um filme nauseante, ambientado nas planícies do oeste do Texas. É uma aula sobre criação de diálogos, sobre como incluir reflexões enigmáticas e existenciais em tela, sem soar pedante ou confuso.
No centro do roteiro, um assassino, que está atrás de uma maleta recheada de dinheiro do tráfico, é contratado para perseguir um caçador que encontra a grana. Lendo assim, o melhor roteiro adaptado do Oscar de 2008 parece só mais um filme de Tela Quente, mas é uma análise profunda sobre o oeste norte-americano.
(Fonte: CJ Entertainment/Reprodução)
Parasita poderia entrar em qualquer lista por muitos motivos: grandes atuações, uma direção fantástica e uma fotografia ímpar. Agora, se estamos falando de roteiro, definitivamente o filme merece estar nos primeiros lugares.
A sátira composta por Bong Joon Ho e Han Jin Won sobre a família Park e a família Kim é cheia de camadas, compreendidas de diferentes maneiras. Não à toa, o longa-metragem é super premiado internacionalmente, e o roteiro foi vencedor do Oscar de 2020.
(Fonte: Columbia Pictures/Reprodução)
Em 2010, o Facebook já era uma das maiores empresas de tecnologia do mundo, e a história de vida de Mark Zuckerberg escondia casos que apenas o livro Milionários Acidentais havia se prestado a investigar. Foi a partir dele que Aaron Sorkin adaptou o roteiro de A Rede Social, grande sucesso do cinema.
A trama sufocante sobre as motivações de Zuckerberg para criar o Facebook renderam a Sorkin um Oscar de melhor roteiro adaptado. Ao restante das pessoas, deu uma obra que não fez questão nenhuma de ser condescendente com a (má) genialidade do mega empresário da internet.
(Fonte: Focus Features/Reprodução)
Poucos filmes a partir dos anos 2000 entraram tanto no imaginário coletivo quanto Brilho Eterno de uma Mente sem Lembranças. O roteiro de Charlie Kaufman, a partir de um argumento original dele e de Michel Gondry e Pierre Bismuth, venceu o Oscar de melhor roteiro original em 2005.
A premissa do roteiro nasceu quando o diretor Michel Gondry disse: "E se enviássemos cartas às pessoas dizendo que suas memórias sobre uma pessoa foram apagadas, como elas reagiriam?". Assim surgiu a história do personagem de Jim Carrey, que luta contra o procedimento médico que contratou para apagar as memórias de seu último relacionamento.
(Fonte: Universal Pictures/Reprodução)
Com Corra!, Jordan Peele trouxe refresco ao cinema de horror, criando um roteiro que nem de perto tangencia o que se espera do gênero cinematográfico. Inclusive, acabou premiado com um Oscar de melhor roteiro original em 2018, tornando-se o primeiro roteirista afro-americano a obter a estatueta.
Sobre seu roteiro, Peele disse em entrevistas ter percebido que estava diante de um material único, por diversos aspectos, mas principalmente por colocar um negro como protagonista em um filme de terror, algo até então impensado.