Ciência
09/01/2023 às 08:00•2 min de leitura
No domingo do dia 8 de janeiro, milhares de terroristas invadiram Brasília e ocuparam as sedes dos três poderes — legislativo, executivo e judiciário. Os atos golpistas supostamente questionam o pleito que elegeu democraticamente o novo presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva.
O resultado dos estragos produzidos por esta invasão ainda está sendo contabilizado, mas já se sabe que ela produziu danos irreparáveis ao acervo artístico da República e de todos os brasileiros. Muitos objetos e obras de arte foram depredados ou roubados, causando uma perda ao país que vai muito além do material. Não se sabe ainda se algum dos itens poderá ser recuperado.
Neste texto, contamos algumas obras e materiais destruídos neste triste acontecimento para a democracia brasileira.
(Fonte: UOL)
A famosa tela As Mulatas, de autoria do pintor Di Cavalcanti, um dos grandes nomes do modernismo brasileiro, foi rasgada em pelo menos cinco lugares diferentes. A obra, produzida em 1928, fica instalada no Palácio do Planalto e foi perfurada pelos invasores golpistas. Por ser um patrimônio cultural, a tela não tem valor mensurável, mas outro painel semelhante de Di Cavalcanti, chamado Bumba Meu Boi, já foi avaliado em R$ 20 milhões.
(Fonte: Casa Amarela)
A obra Bailarina, do escultor italiano Victor Brecheret, foi roubada do acervo da Câmara dos Deputados. A peça foi produzida em Paris no ano de 1920 e tem como material o bronze polido. A escultura ainda continua desaparecida.
(Fonte: O Globo)
Um vitral chamado Araguaia, da artista Marianne Peretti, foi depredado. A obra fica localizada no Salão Verde do Congresso Nacional e teve partes quebradas pelos golpistas. Falecida em 2022, Marianne Peretti fez parte do grupo de artistas que colaborava com Oscar Niemeyer.
O painel é, na verdade, uma maquete tátil que representa o curso de um rio a partir do uso de formas geométricas. Ele foi criado em 1977 com vidro temperado e jatos de areia.
(Fonte: Correio 24 Horas)
Para pegar uma réplica da Constituição de 1988, os terroristas danificaram um mobiliário estilo Luis Felipe I que fica presente no salão do Supremo Tribunal Federal. A vidraça foi quebrada e os golpistas saquearam o exemplar, que ficava exposto no Salão Branco da Suprema Corte. Segundo o órgão, o livro original está guardado no museu.
(Fonte: Twitter)
Outra obra clássica vandalizada é a escultura A Justiça, feita pelo artista mineiro Alfredo Ceschiatti em 1961. A imagem tem mais de 3 metros de altura e retrata a deusa Têmis, que simboliza a justiça, conforme a mitologia grega, e é sempre representada com uma venda sobre seus olhos.
Alfredo Ceschiatti foi um grande parceiro do arquiteto Oscar Niemeyer e realizou várias obras junto com ele. A obra foi pichada com a frase "Perdeu, mané", fazendo referência à frase falada pelo ministro do STF Luis Roberto Barroso ao ser confrontado por um bolsonarista em Nova York.