Di Cavalcanti: 7 fatos que você não sabe sobre o artista

10/01/2023 às 10:003 min de leitura

Emiliano Augusto Cavalcanti de Albuquerque e Melo, mais conhecido como Di Cavalcanti, nasceu no Rio de Janeiro em 6 de setembro de 1897. Filho de uma tradicional família pernambucana, Di Cavalcanti mostrou interesse por arte desde cedo, tendo suas primeiras aulas de desenho aos 11 anos. Ele foi um dos artistas mais multifacetados do seu tempo, trabalhando como pintor, ilustrador, caricaturista, gravador, muralista, jornalista, escritor e cenógrafo. Conheça um pouco mais sobre esse artista tão importante para a arte brasileira. 

1. Um artista precoce

aO artista começou a estudar pintura aos 11 anos. (Fonte: Getty Images)

Em 1914, com apenas 17 anos, Di Cavalcanti começou a trabalhar como ilustrador e publicou sua primeira caricatura na revista Fon-Fon. Três anos depois, mudou-se para São Paulo, onde realizou sua primeira exposição individual e contribuiu como ilustrador para a revista O Pirralho.

2. Idealizador da Semana de Arte Moderna de 1922

Cartaz da Semana de Arte Moderna. (Fonte: Wikipédia)Cartaz da Semana de Arte Moderna. (Fonte: Wikipédia)

Junto com Anita Malfati, Oswald de Andrade e outros artistas, ele foi um dos idealizadores e principais organizadores da Semana de Arte Moderna de 1922, onde expôs 12 obras de sua autoria. É dele também o catálogo e o cartaz do evento.

3. Perseguição Política

Di Cavalcanti no Museu de Arte de São Paulo (MASP). (Fonte: Wikipédia)Di Cavalcanti no Museu de Arte de São Paulo (MASP). (Fonte: Wikipédia)

Di Cavalcanti foi também um artista engajado, tendo filiado-se ao Partido Comunista do Brasil em 1928. Durante a Revolução Paulista, Di Cavalcanti foi preso pela primeira vez, e, no ano seguinte, publicou o álbum A Realidade Brasileira (1933), obra na qual satiriza o militarismo em 12 desenhos. Além disso, o artista deixou escritos em que exalta o papel social da arte. Depois de sucessivas prisões de caráter político, ele se exilou na Europa e só retornou ao Brasil em 1940.

4. Exaltação da brasilidade

Quadro Quadro "Cinco moças de Guaratinguetá" de Di Cavalcanti. (Fonte: Wikipédia)

Desde que esteve na Europa pela primeira vez, em 1923, o artista teve contato com as vanguardas europeias, mas longe de se render ao estilo europeu, ele buscou integrar o que via lá fora aos temas que exaltavam o Brasil. Assim, Di Cavalcanti é conhecido pela sua habilidade em integrar as influências das vanguardas europeias em sua arte e, simultaneamente, criar uma linguagem própria, retratando temas como o carnaval, os trabalhadores operários, as favelas e mulheres negras. 

5. Ilustrador

Ilustração do livro “Balada do enforcado”, de Oscar Wilde. (Fonte: durrval/Instagram)Ilustração do livro “Balada do enforcado”, de Oscar Wilde. (Fonte: durrval/Instagram)

Di Cavalcanti ilustrou livros de alguns dos maiores escritores brasileiros, dentre eles Álvaro de Azevedo, Jorge Amado, Monteiro Lobato, Mário de Andrade e Vinícius de Moraes. Ele também ilustrou um livro de Oscar Wilde. 

6. Obra danificada

Quadro Quadro "As Mulatas" foi danificado em invasão do Planalto. (Fonte: Wikipédia)

Infelizmente, uma de suas obras foi danificada durante a invasão terrorista ao Palácio do Planalto. A pintura intitulada “As Mulatas”, que sofreu 7 rasgos, tem valor estimado em R$ 8 milhões e era umas das principais obras em exposição no Salão Nobre do Palácio.

7. Legado

Obra Obra "Samba" é uma das mais importantes do artista. (Fonte: Wikipédia)

Na década de 1950, Di Cavalcanti atingiu o auge de seu talento. Sua singularidade o tornou um dos artistas mais valiosos em leilões no mundo inteiro, com obras presentes em museus e coleções particulares por toda a América Latina, Estados Unidos e Europa. O pintor faleceu no Rio de Janeiro, em 1976, deixando uma vasta e valiosa contribuição para a arte brasileira.

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