O batalhão composto por mulheres negras na Segunda Guerra Mundial

27/02/2023 às 04:002 min de leitura

Em meio à Segunda Guerra Mundial, um grupo de mulheres negras americanas assumiu uma tarefa vital para o sucesso dos esforços de guerra: organizar e entregar cartas de familiares para os soldados no front. Esse grupo era o 6888º Batalhão Central de Diretório Postal, composto por mais de 800 mulheres afro-americanas, que deixaram um legado que vai além da guerra.

Formação e atuação do batalhão

Batalhão de mulheres negras conseguiu entregar mais de 17 milhões de cartas. (Fonte: Wikipédia)Batalhão de mulheres negras conseguiu entregar mais de 17 milhões de cartas. (Fonte: Wikipédia)

O 6888º Batalhão Central de Diretório Postal foi formado em 1944, em Fort Oglethorpe, Georgia, nos Estados Unidos. Era composto por cerca de 855 mulheres, a maioria afro-americanas, recrutadas para a Women’s Army Corps (WAC) do Exército dos Estados Unidos. Essas mulheres receberam treinamento especializado em comunicações e classificação de correio, sendo enviadas para Birmingham, Inglaterra, em fevereiro de 1945.

Quando chegaram à Europa, as mulheres do 6888º Batalhão encontraram 7.500 sacos de correspondências acumulados em um armazém. A tarefa parecia impossível, mas em pouco tempo, elas desenvolveram um sistema eficiente de triagem e classificação, que permitiu que todas as cartas fossem entregues aos destinatários corretos.

A missão do 6888º Batalhão Central de Diretório Postal durou seis meses, durante os quais as mulheres classificaram mais de 17 milhões de cartas. Elas garantiram que os soldados recebessem notícias de seus entes queridos, mesmo em meio a uma guerra sangrenta. Seu trabalho relembrava aos soldados na linha de frente que eles tinham um elo vital com seus familiares e com o país.

Reconhecimento tardio

Apesar de sua importância, 6888º batalhão não recebeu as honrarias que merecia. (Fonte: Wikipédia)Apesar de sua importância, 6888º batalhão não recebeu as honrarias que merecia. (Fonte: Wikipédia)

Apesar da contribuição, ao retornarem aos Estados Unidos, em 1946, as mulheres do 6888º foram recebidas com desdém e desrespeito, como se não tivessem feito nada. Enquanto os veteranos brancos eram homenageados, os negros eram negligenciados e esquecidos. A honraria da Medalha de Ouro do Congresso só foi concedida à unidade em 2006, 60 anos depois de seu trabalho vital no front de guerra.

Felizmente, o legado dessas mulheres está sendo cada vez mais reconhecido. Em 2018, um monumento foi erguido em homenagem ao batalhão no Parque do Monumento ao Buffalo Soldier em Fort Leavenworth, Kansas. A homenagem apresenta um busto de bronze da tenente-coronel Charity Adams e o nome de todas as mulheres que serviram no batalhão. Além disso, em breve, nós poderemos ver nas telas a história dessas mulheres incríveis, graças a um filme da Netflix dirigido por Tyler Perry e estrelado por Kerry Washington e Oprah Winfrey.

A história das mulheres do 6888º batalhão é um testemunho da luta dos negros na época da Segunda Guerra Mundial e do racismo sistêmico que eles enfrentaram em casa e no exterior. Sua história é um lembrete poderoso da importância do serviço das mulheres na guerra e da necessidade de reconhecer e valorizar suas contribuições.

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