Incêndio no Gran Circo: uma das maiores tragédias do Brasil

15/04/2023 às 10:002 min de leitura

O dia 17 de dezembro de 1961 ficou marcado pela tragédia do Gran Circo Norte Americano, um dos piores incêndios da história do Brasil. O desastre em Niterói (RJ) terminou com 503 pessoas mortas, a maioria crianças, e mais de 800 feridos.

Apresentado como o "maior circo da América Latina", à época, o Gran Circo estreou no município dois dias antes do evento fatal, atraindo a população com diversas atrações, incluindo mais de 100 animais. O empreendimento liderado por Danilo Stevanovich recebeu, naquela tarde, 3 mil pessoas.

Embora o espaço estivesse lotado, a sessão ocorria sem problemas, até que uma das trapezistas notou as primeiras chamas, enquanto preparava a sua apresentação. O fogo teria começado perto da entrada principal e não demorou a chegar até a lona, revestida de parafina, o que facilitou a sua queima.

(Fonte: Wikimedia Commons)(Fonte: Wikimedia Commons)

Com os pedaços de lona pegando fogo e caindo sobre a multidão, que tentava escapar dali de qualquer jeito, o cenário infernal estava formado. De acordo com os jornais da época, o Gran Circo foi completamente destruído em 20 minutos.

Queimaduras e pisoteamentos

Em meio à dificuldade para a retirada de milhares de pessoas do incêndio no circo, a elefanta Semba, que iria se apresentar no picadeiro, se assustou com o fogo e o barulho. Com medo, ela partiu em debandada, fazendo um enorme buraco na lona, por meio do qual muitos escaparam.

Apesar de salvar vários espectadores, com a saída de emergência improvisada, a atitude do paquiderme de 4 toneladas também foi fatal para outros tantos. É que durante a fuga, o animal gigante passou por cima de quem estava à sua frente.

(Fonte: GettyImages)(Fonte: GettyImages)

Os feridos, muitos deles com grande parte do corpo queimada, foram levados para os hospitais da região, mas uma greve dos médicos quase pôs tudo a perder. Com a enorme quantidade de pacientes, vários precisaram ir para o Rio de Janeiro, que recebeu profissionais de todo o Brasil e até do exterior para auxiliar nos tratamentos.

Diante do alto número de mortos, as agências funerárias apresentaram dificuldade para atender à demanda, sendo preciso contratar carpinteiros que usaram o estádio Caio Martins como oficina provisória para a fabricação de caixões. A abertura de túmulos extras também foi necessária, trabalho que contou com a participação de presidiários.

Qual foi a causa?

A versão mais aceita sobre a causa do incêndio do Gran Circo em Niterói é a de que ele teria sido iniciado por um trabalhador que ajudou na montagem da estrutura. Conhecido como “Dequinha”, o homem foi demitido e barrado ao tentar entrar sem pagar no espetáculo.

Para se vingar, ele decidiu colocar fogo no circo, com a ajuda de dois amigos. Os três foram presos alguns dias depois e condenados à prisão, mas Dequinha escapou do presídio, em 1973, sendo encontrado morto com 13 tiros, posteriormente.

Fonte

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