A queda de Saigon: o dramático fim da Guerra do Vietnã

15/06/2023 às 09:002 min de leitura

A violenta guerra entre o Vietnã do Norte, socialista, e o do Sul, capitalista, já durava 20 anos. Nesse meio tempo, potências estrangeiras se envolveram no conflito — com destaque para os Estados Unidos, a principal força contra o exército norte-vietnamita. Tudo terminaria em 30 de abril de 1975, com a queda da capital do Vietnã do Sul.

Então chamada de Saigon, a cidade foi renomeada para homenagear Ho Chi Minh, maior líder dos socialistas do Norte. Com a vitória desse lado na Guerra do Vietnã, o Vietnã foi reunificado sob um governo socialista — que dura até hoje. 

Porém, nos dias que antecederam o 30 de abril de 1975, o caos tomou conta da cidade. 

Fonte: Wikimedia CommonsFonte: Wikimedia Commons

Uma derrota anunciada

A queda de Saigon — também chamada de Libertação de Saigon pelos socialistas — era uma questão de tempo. O Vietnã do Norte e o do Sul lutavam desde o início dos anos 1950, quando os dois se posicionaram como legítimos representantes do novo país, recém-independente da França. O país europeu manteve a colônia da Indochina por sete décadas, na região. 

Considerando que o Vietnã do Norte era liderado por uma facção socialista, os Estados Unidos logo se dispuseram a auxiliar o governo do Sul. 

Por um tempo, esse auxílio foi financeiro e estratégico. Mas, desde meados dos anos 1960, ele foi se tornando cada vez mais ativo — até que os Estados Unidos se tornaram um protagonista no conflito. As coisas começaram a mudar conforme a opinião pública estadunidense mudava, exigindo que o país se retirasse da Guerra do Vietnã. 

Isso começou a acontecer em 1973, mesmo ano em que os dois lados assinaram acordos de cessar-fogo. Porém, sem a presença dos Estados Unidos, os norte-vietnamitas viram a chance de ganhar a guerra de uma vez por todas.

Em meados de 1975, os norte-vietnamitas começaram a conquistar cidades do Sul, chegando cada dia mais perto de Saigon. Eles encontraram muito pouca resistência — se nem o exército estadunidense conseguiu derrotar o Vietnã do Norte, não seria o Sul que conseguiria pará-lo.

Fonte: Wikimedia CommonsFonte: Wikimedia Commons

Os últimos dias de Saigon

Em 21 de abril, o presidente do Vietnã do Sul, Nguyen Van Thieu, renunciou ao cargo. No dia 25, ele fugiu para Taiwan. No dia 27, a cidade já estava sitiada pelas tropas norte-vietnamitas.

Então, os Estados Unidos começaram a planejar a Operação Vento Constante. A ideia inicial era evacuar todos os oficiais e cidadãos estadunidenses, mas o embaixador Graham Martin insistiu para levar os cidadãos sul-vietnamitas que colaboraram com os estadunidenses, pois eles também estariam em risco.

No dia 29 de abril de 1975, os norte-vietnamitas começaram a bombardear a base aérea de Saigon e a evacuação começou. Como os aviões não podiam pousar, helicópteros saíram de 10 em 10 minutos da Embaixada dos Estados Unidos para um porta-aviões na costa. Conforme mais helicópteros chegavam, outros tinham que ser jogados na água para abrir espaço. 

Enquanto isso, os sul-vietnamitas simpáticos ao domínio estadunidense se aglomeravam em frente à Embaixada, esperando embarcar em algum helicóptero. Mas os oficiais só permitiam entrada de pessoas com documentos do governo sul-vietnamita. 

Ao todo, cerca de 7 mil pessoas, incluindo 5.500 sul-vietnamitas foram levadas de helicóptero até os navios estadunidenses. 

O coronel Bui Tin, do Vietnã do Norte, chegou a assegurar: "Vocês não têm o que temer. Entre vietnamitas, não há vitoriosos ou derrotados. Só os americanos foram vencidos. Se vocês são patriotas, considerem esse um momento de alegria". 

"A guerra pelo nosso país acabou", afirmou o coronel. No dia 30 de abril de 1975, os tanques do Vietnã do Norte marcharam sobre Saigon. 

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