Estilo de vida
06/03/2024 às 18:05•2 min de leituraAtualizado em 06/03/2024 às 18:05
Uma das Sete Maravilhas do Mundo Antigo, o Farol de Alexandria foi durante muitos anos a construção humana mais imponente na superfície da Terra. Erguida na entrada do porto da icônica cidade egípcia, a construção ocupava um ponto elevado da pequena ilha de Faros, permitindo que os navios pudessem se guiar com segurança, pois sua chama era visível do mar a quase 50 quilômetros de distância.
A estrutura é considerada um dos avanços tecnológicos mais notáveis da época, erguendo-se a mais de 300 metros de altura. A partir de sua construção, quase todos faróis do mundo utilizaram, além do prefixo comum ao nome da ilha, o seu design inovador. O Farol de Alexandria tornou-se um ícone para a segurança naval, além de importante marco histórico e cultural para o Egito.
Mas nem suas paredes de cor clara, nem sua inscrição dedicada a Zeus, impediram que a sólida construção sucumbisse a uma sucessão de danos ocorridos com o passar do tempo, como terremotos e outros desastres naturais.
A construção do Farol de Alexandria foi um dos primeiros projetos do reinado de Ptolomeu I Sóter, um general grego que estabeleceu seu próprio reino no Egito, após a morte de seu comandante, Alexandre, o Grande, em 323 a.C. Autoproclamando-se faraó, ele delegou a tarefa da construção a Sóstrato de Cnídio, um arquiteto e engenheiro grego.
Embora não se tenha um tempo exato da conclusão da obra faraônica, o farol demorou até pelo menos uma década para ser erguido, embora alguns falem em três décadas. No entanto, a maioria dos historiadores concorda que a inauguração do farol ocorreu no reinado de Ptolomeu II Filadelfo, que sucedeu seu pai como faraó, de 284 a 246 a.C.
Na obra Pharos, antike, Islam und Occident, de 1909, o arqueólogo alemão Hermann Thiersch, descreve a construção do farol em três etapas: o estágio mais baixo era quadrado; a segunda etapa, um octógono; e o estágio superior era um cilindro. Cada estágio era inclinado para o interior, e uma rampa em espiral contornava a parte externa, conduzindo ao fogo no topo, que jamais se apagava, refletido em um espelho de bronze.
Violentos terremotos ocorridos entre os anos de 796 a 956 d.C. afetaram significativamente o farol, causando diversas fissuras em sua estrutura, particularmente nos 18 metros superiores. Outros tremores subsequentes, ocorridos em 1303 e 1323 d.C., determinaram o colapso final da estrutura.
A parte de cima, com uma estátua do deus Poseidon, mergulhou no mar, enquanto a base e os restos da torre viraram ruínas
Em 1480, o sultão do Egito, Al-Ashraf Abu Al-Nasr Qaitbay, determinou que, sobre as ruínas do Farol de Alexandria, fosse erguida uma fortaleza militar no século XV. Atualmente conhecido como Cidadela de Qaitbay, o local é uma atração turística popular em Alexandria.