O segundo disco de uma banda é sempre pior que o primeiro?

01/01/2025 às 18:002 min de leituraAtualizado em 01/01/2025 às 18:00

Quem acompanha o universo musical provavelmente sabe disso: quando uma banda lança seu primeiro disco e ele faz muito sucesso, é inevitável que o próximo seja ruim. Ou pior: depois de um álbum genial, é só ladeira abaixo.

Mas será que é isso mesmo? De acordo com um novo estudo, não é bem assim. Esse efeito pode ser uma invenção feita pelos críticos de música.

“Maldição do segundo disco”: verdade ou invenção?

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Muita gente acredita que o segundo disco de uma banda é sempre ruim. (Fonte: GettyImages / Reprodução)

O estudo, feito na Universidade da Flórida, aponta que a chamada “maldição do segundo disco” é uma coisa que surge justamente nos comentários dos críticos musicais, e não em uma percepção dos fãs,

"Se todo crítico de música já ouviu falar de uma queda no segundo ano e todos sabem que isso acontece, eles podem ser convencidos a aplicá-la em excesso em suas resenhas. Suspeitamos que seja um tipo de conformidade social, que vemos em muitos grupos sociais", explicou Gregory Webster, professor de psicologia da Universidade da Flórida.

Ao lado da colega de pesquisa Lysann Zander, professora de ciências educacionais da Universidade de Hannover, Webster analisou milhares de álbuns avaliados por críticos profissionais e por fãs amadores. Os pesquisadores constataram que tanto os críticos quanto os fãs costumam dizer que os álbuns das bandas geralmente pioram com o tempo.

Mas houve uma diferença: os críticos musicais eram excepcionalmente duros na avaliação do segundo álbum. "São apenas os críticos que mostram evidências substanciais de um viés de queda no segundo ano, pelo qual eles estão dando aos segundos álbuns dos artistas críticas excepcionalmente baixas em comparação com o primeiro e o terceiro álbuns. Os fãs não mostram evidências de um viés de queda no segundo ano", diz Webster.

As críticas e os fãs

(Fonte: GettyImages / Reprodução)
Avaliações dos discos feitas por críticos e fãs têm percepções diferentes. (Fonte: GettyImages / Reprodução)

Webster e Zander imaginavam que as avaliações dos fãs pudessem apontar um consenso mais amplo sobre os álbuns de uma banda, já que eles não são pressionados pelas mesmas normas sociais que os críticos profissionais. E, de certa forma, foi isso que eles constataram: que os textos dos críticos eram bem mais severos, mas que os fãs também refletiam em suas análises uma espécie de regra cultural imposta pelos profissionais.

Outro aspecto curioso é a forma com que esse projeto de pesquisa surgiu: enquanto ainda estavam no colégio, Gregory Webster lançou com sua banda um disco chamado "Sophomore Slump", cujo nome aponta à expressão em inglês dessa suposta “maldição do segundo disco”. Ou seja: o tema o perseguia há anos, então foi até natural que ele inspirasse seus interesses acadêmicos.  

Agora, quando você for ouvir o próximo disco da sua nova banda favorita, avalie com carinho em como você vai avaliá-lo. Pode ser a voz dos críticos falando por você!

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