Ciência
28/07/2024 às 09:00•2 min de leituraAtualizado em 28/07/2024 às 09:00
Os refrigerantes são bebidas açucaradas e gasosas que foram capazes de conquistar os paladares no mundo todo. Apenas nos Estados Unidos, cerca de 45 bilhões de litros de refrigerante são consumidos todos os anos — o que dá uma média de 144 litros por pessoa.
É fato de que elas não são as bebidas mais saudáveis que existem. Mas, se consumidas com moderação, podem ser companheiras de um bom (e refrescante) momento de prazer.
Pensar na história do refrigerante é pensar nas bebidas gaseificadas, cujas primeiras receitas (as de cerveja) conhecemos há pelo menos de 4 mil anos. Já nos séculos XVII e XVIII, os franceses e britânicos descobriram que era possível fazer vinho espumante adicionando açúcar extra à garrafa e iniciando uma segunda rodada de fermentação.
Em alguns lugares do mundo, algumas condições geológicas raras foram capazes de criar fontes de água mineral naturalmente gaseificadas. Mas foi somente na década de 1770 que alguém finalmente inventou um modo de reproduzir artificialmente a água com gás natural.
O inventor foi um ministro presbiteriano inglês chamado Joseph Priestley. No ano de 1767, enquanto morava em Leeds, perto de uma cervejaria, ele ficou fascinado pelos gases que eram emitidos pelos tanques de fermentação. Sua criatividade o levou a desenvolver métodos em que combinava ácido sulfúrico com calcário para gerar dióxido de carbono, que era então borbulhado na água, usando uma bexiga de porco como recipiente.
Só que Priestley não tinha muito uso para a sua invenção, e nunca tentou comercializá-la. Ainda assim, ele difundiu o seu método, e a água com gás começou a ser bebida pura como tratamento para vários tipos de doenças.
Logo as pessoas passaram a ter ideia de misturá-la com álcool, sucos de fruta e xaropes. Uma das primeiras misturas foi com quinino, uma planta de gosto amargo que era usada no tratamento para a malária. Mas, devido ao amargor, alguém pensou em misturar o açúcar – dava-se origem então à água tônica.
Outros refrigerantes antigos envolviam o gengibre (a famosa gengibirra), casca de bétula e raiz de salsaparrilha. Essas bebidas foram chamadas originalmente de soft drinks por serem sugeridas como uma alternativa melhor às bebidas mais "duras", as alcoólicas.
Assim, as soft drinks foram aos poucos tomando o mundo, e eram chamadas de várias formas, como "soda", "pop" e "coke", sendo vendidas em farmácias como tônicos de saúde. Mas alguns produtores, como Richard White, logo teriam a ideia de incluir sabores como framboesa, morango, cereja, abacaxi, laranja, gengibre e baunilha, ajudando a expandir os negócios.
Com as máquinas portáteis de carbonatação, a distribuição de refrigerantes saiu das farmácias e foi para lojas especializadas que se tornaram muito populares nos Estados Unidos, sobretudo devido à Lei Seca, entre 1919 e 1933. Foi nessa época que grandes empresas que já existiam, como Coca-Cola, Pepsi-Cola e Dr. Pepper, começaram a aumentar seu negócio ao vender seu xarope ao invés apenas de refrigerante pré-engarrafado. E o resto é história.