Ciência
18/07/2017 às 13:18•2 min de leitura
Você já ouviu falar sobre umas criaturinhas chamadas tardígrados? Também conhecidos como ursos-d’água, esses incríveis bichinhos são capazes de sobreviver durante 10 anos sem se alimentar, em ambientes com temperaturas que variam dos -273 °C aos 100 °C, à exposição à radiação, às pressões das profundezas dos oceanos e também às duras condições do espaço. Como se fosse pouco, um grupo de pesquisadores inclusive conseguiu reviver um desses animais depois de ele passar nada menos do que 30 anos congelado!
Olha ele aí!
Por conta dessas e outras façanhas, os tardígrados acabam de ser eleitos como os seres mais indestrutíveis do planeta por cientistas da Universidade de Oxford. Segundo Ben Panko, do site Smithsonian.com, para se ter uma ideia, se um imenso asteroide acertasse a Terra — fazendo com que milhares de toneladas de material e cinzas fossem lançadas na atmosfera impedindo a passagem da luz solar e transformando o nosso mundo em um deserto gelado —, uma das poucas (se não as únicas!) criaturas que sobreviveriam a essa catástrofe seriam os tardígrados.
De acordo com Casey Smith, da National Geographic, os cientistas elegeram esses bichinhos — que não passam de meio milímetro de comprimento e existem no nosso planeta há pelo menos 520 milhões de anos — como seres mais resistentes do mundo depois de conduzir uma série de simulações. Os levantamentos apontaram que os ursos-d’água sobreviveriam a todo tipo de catástrofe astrofísica que pudesse atingir a Terra, e seriam capazes de permanecer por aqui durante bilhões de anos, até a morte do nosso Sol levar à extinção total da vida por aqui.
Praticamente indestrutíveis
Mas, durante o estudo, é claro que os cientistas descobriram o que poderia levar ao desaparecimento dos tardígrados: um evento apocalítico que resultasse na ebulição dos oceanos do nosso planeta. E o que poderia causar tamanha calamidade? Bem, na verdade, bem poucas coisas poderiam fazer com que os mares evaporassem e, por sorte, a probabilidade de que elas ocorram são praticamente nulas.
De qualquer forma, caso você tenha ficado curioso, os cientistas concluíram que existem apenas algumas rochas espaciais — entre as que conhecemos — cujo impacto poderia causar tanto estrago, mas nenhum desses objetos se encontra em rota de colisão com a Terra. Outro evento que poderia levar ao desaparecimento dos oceanos seria a ocorrência de uma supernova aqui pertinho, a pelo menos 0,14 ano-luz de distância, mas não existe nenhuma estrela tão perto assim de nós prestes a explodir.
Por fim, outra coisa que poderia levar à ebulição dos oceanos seria se o nosso planeta fosse atingido por uma explosão de raios gama — que consiste em um evento cósmico ainda mais poderoso do que as supernovas — que tenha ocorrido a uns 40 anos-luz da Terra, e aqui também a probabilidade é mínima. Sendo assim, como a possibilidade de que qualquer desses eventos afete o nosso mundo, a verdade é que, até onde sabemos (ou até que o nosso Sol morra), não existe praticamente nada que possa colocar a existência dos tardígrados em perigo. Dos tardígrados.
Vale destacar que o estudo conduzido pelos cientistas não tinha como único objetivo descobrir qual era a criatura mais resiliente da Terra, mas também ajudá-los a determinar quais lugares do Sistema Solar — e galáxia — poderiam abrigar formas de vida. Afinal, quem garante que não existem criaturas parecidas com os tardígrados vivendo em outros lugares do cosmos?