Ciência
11/03/2018 às 10:00•2 min de leitura
É impressionante pensar no fato de que a luz emitida pelo Sol leva pouco mais de 8 minutos para percorrer os 149,6 milhões de quilômetros até a Terra; ou seja, se ele desaparecesse neste instante, ainda acharíamos que está lá. Mas já imaginou que essa luz pode existir há muito mais tempo?
Isso se deve à forma como a energia solar é gerada, através da fusão de átomos de hidrogênio no interior da estrela. Essa reação resulta na liberação de hélio, neutrinos e raios gama, que são fótons de alta energia que interagem com a matéria ao seu redor e que, quando chegam ao espaço, identificamos como luz solar.
Devido a essa interação, os fótons permanecem ricocheteando em átomos, dentro do núcleo solar, até chegarem à superfície para que sejam emitidos como luz. Esse caminho não é tão simples de ser percorrido, e como analogia podemos imaginar uma pessoa muito bêbada voltando para casa. Ela tenta seguir em linha reta, mas vai cambaleando de um poste para o outro, aumentando a distância até seu destino.
Com os fótons acontece algo semelhante, mas com uma quantidade muito maior de “postes”. A partir do momento em que ele é gerado, segue até encontrar um átomo, então é absorvido e reemitido em uma direção aleatória. Em virtude dessa interação, o tempo de saída estimado do fóton é de 10 mil a 50 milhões de anos!
Para que esse valor fosse mais preciso, seria necessário saber a densidade do sol e, com isso, estimar a distância entre os átomos. Isso equivaleria a saber qual é a distância entre os postes percorridos pela pessoa bêbada.
Embora interessante, essa missão toda seria apenas por questão de curiosidade. De qualquer forma, caso precise pensar em algo enquanto toma um banho de sol na praia, agora já sabe que toda aquela luz e calor foram gerados há muito mais tempo do que você imaginava.