Genomas antigos revelam quando humanos e neandertais se misturaram

18/12/2024 às 15:002 min de leituraAtualizado em 18/12/2024 às 15:00

Um mergulho no passado revelou os genomas humanos mais antigos já sequenciados, datando de 42 mil a 49 mil anos atrás. Esses registros genéticos oferecem novas pistas sobre como e quando os primeiros Homo sapiens interagiram – e se misturaram – com os neandertais. A descoberta é um marco no estudo da evolução humana, mostrando que essas populações não apenas coexistiram, mas também compartilharam DNA que ainda está presente em todos os humanos não africanos modernos.

Essas interações, chamadas de "admixturas" pelos cientistas, foram mais do que encontros ocasionais. Segundo o estudo, a primeira troca genética entre humanos e neandertais ocorreu logo após a saída de nossos ancestrais da África, em um momento crucial da jornada da nossa espécie pelo mundo.

Uma viagem genética ao passado

As comunidades de Ranis e Zlatý kun viveram logo após a saída dos humanos da África, marcando o início da interação com os neandertais. (Fonte: Tom Björklund/Reprodução)
As comunidades de Ranis e Zlatý kun viveram logo após a saída dos humanos da África, marcando o início da interação com os neandertais. (Fonte: Tom Björklund/Reprodução)

Os cientistas sequenciaram genomas de sete indivíduos encontrados em dois locais diferentes: Ranis, na Alemanha, e Zlatý kun, na atual República Tcheca. Ambos os grupos viveram entre 42 mil e 49 mil anos atrás e eram parentes distantes, com ligações genéticas de até cinco gerações. “Eles são como uma grande família estendida”, explicou o pesquisador Kay Prüfer, autor do estudo.

Esses genomas revelaram marcas de uma única admixtura com neandertais, sugerindo que os encontros genéticos ocorreram apenas algumas gerações antes deles viverem. A descoberta reforça que o cruzamento não foi um evento isolado, mas parte de uma convivência prolongada entre as espécies.

Ao comparar essas sequências antigas com o DNA de humanos modernos, os pesquisadores confirmaram que todos os não africanos vivos hoje carregam traços dessa mesma mistura genética. Isso indica que uma única população fora da África deu origem aos ancestrais de todos os humanos modernos não africanos.

Um legado genético compartilhado

Os habitantes de Ranis e Zlatý kun tinham pele, olhos e cabelos escuros, lembrando populações africanas da época. (Fonte: Tom Björklund/Reprodução)
Os habitantes de Ranis e Zlatý kun tinham pele, olhos e cabelos escuros, lembrando populações africanas da época. (Fonte: Tom Björklund/Reprodução)

Além disso, o estudo apontou que esses primeiros encontros com neandertais provavelmente ocorreram entre 45 mil e 49 mil anos atrás. Esse intervalo de tempo marca o início de um legado genético que influenciou a evolução humana em várias partes do mundo. “É incrível pensar que todos os não africanos podem rastrear sua ancestralidade até essa pequena população de humanos antigos”, comentou Prüfer.

Os resultados também ajudam a esclarecer como outras misturas, como aquelas com os Denisovanos, ocorreram posteriormente. Enquanto o DNA neandertal é um marco inicial, traços Denisovanos aparecem em populações modernas em momentos mais recentes dessa jornada evolutiva.

Essa pesquisa não apenas amplia nosso entendimento sobre a interação entre espécies humanas, mas também destaca como essas conexões moldaram o curso da nossa história. Cada fragmento de DNA é uma lembrança viva desses primeiros encontros que uniram nossos ancestrais e os neandertais de maneira única e duradoura.

NOSSOS SITES

  • TecMundo
  • TecMundo
  • TecMundo
  • TecMundo
  • Logo Mega Curioso
  • Logo Baixaki
  • Logo Click Jogos
  • Logo TecMundo

Pesquisas anteriores: