Estilo de vida
24/05/2018 às 09:06•2 min de leitura
A resposta mais básica e direta para essa pergunta é que o organismo humano é levemente alérgico a uma das proteínas encontradas na saliva dos mosquitos.
A coceira, a vermelhidão e o inchaço são algumas formas que o corpo encontra para lidar com esse componente. Mas, mais do que isso, certos tipos de picadas levam dias para parar de pinicar.
Em uma nova pesquisa realizada na Escola Baylor de Medicina, no Texas, Estados Unidos, cientistas liderados pela professora de virologia Rebecca Rico-Hesse reproduziram o nosso sistema imunológico em camundongos para tentar compreender a extensão do efeito desse tipo de picada.
Para isso, eles injetaram em filhotes células-tronco humanas retiradas do cordão umbilical. Isso fez com que, ao crescer, eles tivessem um mecanismo de defesa muito mais parecido com o nosso.
Depois disso, os estudiosos os deixaram expostos a mosquitos de forma que cada um recebesse cerca de quatro mordidas — por conta das quais o sistema imunológico de cada um ficou ativo por cerca de 7 dias.
As células ativas analisadas foram retiradas principalmente da pele, do baço e da medula óssea —, a grande novidade da pesquisa, segundo a autora do estudo, já que você não pode sair por aí observando a medula óssea de seres humanos depois de picadas de insetos.
Apesar de pesquisas com animais não serem muito apreciadas, essa análise pode ajudar a compreender melhor como lidar com esses problemas e como funciona o nosso sistema imunológico.
No decorrer dessa experiência, Rico-Hesse percebeu que há uma variação grande nos níveis de citocinas durante o período de "cura"; eles aumentavam e baixavam, diferente de quando a análise é feita somente em laboratório, sem trabalhar com um organismo ativo.
Em laboratório, essas proteínas — que ajudam as células do corpo a se comunicarem durante o processo de ativação do sistema imunológico — demonstravam apenas crescimento.
O fato de elas continuarem ativas por tanto tempo sugere que as picadas não se resumem à pele atingida e que os próprios componentes do nosso mecanismo de defesa podem estar levando as substâncias da saliva do mosquito para a corrente sanguínea —, o que torna possível a transmissão de doenças como a dengue.
Se fosse viável bloquear o processo, poderíamos ter um gigantesco avanço na forma como tratamos essas patologias.