Estilo de vida
24/06/2018 às 10:00•2 min de leitura
"A noite é escura e cheia de terrores", já dizia Melisandre, a feiticeira vermelha de Game of Thrones. Para muita gente, no entanto, esses terrores não vêm em forma de luta de espadas e fogovivo: ele se chama narcolepsia.
Essa desordem neurológica faz uma função bastante assustadora no nosso cérebro: diminui a clara linha que existe entre estar acordado e estar dormindo, fazendo com que as pessoas que a possuem vivenciem sintomas que podem ser bem terríveis.
A narcolepsia se manifesta principalmente de quatro formas, embora normalmente os sintomas sejam isolados. A primeira delas é com ataques repentinos de sono em indivíduos que consideram ter dormido o suficiente, mas se sentem cansados e sonolentos mesmo assim.
A segunda é a catalepsia, que leva a uma espécie de desmaio quando o corpo — ou parte dele — simplesmente se desliga, e a pessoa se entrega. O corpo apaga, mas a mente continua acordada.
Paralisia do sono é outro grave sintoma da narcolepsia; a pessoa com paralisia do sono está acordada, mas não consegue se mover. Parece apenas um sonho ruim, com alucinações e pensamentos muito claros, mas o sujeito está acordado.
Por fim, as alucinações são um quarto sintoma — estando nessa fronteira entre o dormir e o acordar, a pessoa não consegue distinguir entre o que é fruto de sua mente e o que é real. Mas, afinal de contas, o que causa tudo isso?
Assim como tantas outras operações que o cérebro humano realiza, a narcolepsia é fruto de ligações químicas ou falta delas.
De acordo com uma pesquisa realizada na Escola de Medicina da Universidade de Stanford em 1999, a palavra-chave para o desenvolvimento da narcolepsia é uma substância chamada hipocretina (ou orexina). Ela é responsável por várias funções no organismo, entre elas a regulação do apetite, da excitação e, olhem só: da sensação de vigília.
Os pesquisadores de Stanford analisaram cachorros com narcolepsia e perceberam que eles tinham uma mutação que afetava o gene receptor da hipocretina.
Acontece que a hipocretina só é transmitida por um pequeno feixe de neurônios localizados no hipotálamo. Quando esses neurônios são danificados, a falha na transmissão de hipocretina leva à narcolepsia.
A causa desses defeitos pode ser genética, doença autoimune ou algum trauma na cabeça e, infelizmente, ainda não há uma cura. Contudo, a medicina pode ajudar as pessoas narcolépsicas a se manterem acordadas durante o dia e dormirem melhor à noite, com o uso de alguns medicamentos.
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