Ciência
24/10/2019 às 10:30•2 min de leitura
Expedições ao fundo do mar podem revelar segredos ainda maiores do que aqueles procurados pelos mergulhadores. Não é incomum que o oceano revele alguns fenômenos nunca ou pouco antes visto e foi exatamente isso que aconteceu recentemente durante um mergulho em águas norueguesas, próximo a Ørstafjorden, quando encontraram um saco gigante de ovos de lula.
Segundo o Daily Mail, a expedição tinha como objetivo visitar um naufrágio da Segunda Guerra Mundial, mas a misteriosa “bolha” translúcida gigante chamou a atenção a apenas 10 metros acima do fundo do oceano.
O encontro, que causou bastante estranheza em um primeiro momento, foi gravado e divulgado nas redes sociais. Apesar de parecer um objeto “alienígena”, trata-se “apenas” de um saco gigante de ovos de lula. Os mergulhadores Ronald Raasch e Nils Baadnes são vistos no vídeo inspecionando a enorme bolha em meio à água turva. Quando eles apontaram as lanternas para o objeto, puderam ver milhares de pequenas criaturas semelhantes a larvas. Ou seja, o saco tinha, possivelmente, milhares de pequenas lulas.
O vídeo completo foi publicado na conta oficial no navio oceânico REV, que esclareceu se tratar de “uma massa de ovos”. Essas massas de ovos de lula não costumam ser avistadas porque os sacos se enchem de água e afundam, chegando ao fundo do oceano, local de difícil acesso. Apesar disso, essa não é a primeira vez que pesquisadores marinhos cruzam com um “nascedouro” de lula.
Em 2015, Danna Staaf, especialista em lulas, também encontrou uma massa de ovos de lula no Golfo da Califórnia. À época, a pesquisadora observou que a massa funcionava como um escudo protetor para os embriões de lula, mantendo-os a salvo de predadores e parasitas. “Sabemos que a mamãe lula tem essas glândulas especiais no corpo que produzem geleia e ela mistura essa gelatina com os ovos de alguma forma", explicou Staaf em um vídeo publicado pela National Geographic.
Ela disse ainda que não se sabe exatamente quais são os compostos químicos que formam a bolha, mas eles produzem alguma reação que dá a capacidade de absorver água e se expandir.
Para os pesquisadores, a expansão da bolha e sua natureza elástica é, possivelmente, para ajudar a manter espaço suficiente entre cada embrião e ainda para que cada ovo possa ter oxigênio suficiente para desenvolver sua lula.
Agora, quanto ao encontro recente, a dúvida que restou é: qual espécie de lula estava sendo “cultivada”? Entre as espécies conhecidas por viver em águas norueguesas estão a lula de alcachofra e a lula voadora, mas ainda não se sabe ao certo quais eram as lulas que estavam sendo preparadas.