Ciência
09/12/2019 às 15:00•1 min de leitura
Um fóssil de camarão vírgula foi encontrado na costa da Colômbia e pode ser considerado o mais antigo do mundo, com 90 milhões de anos. A descoberta é de pesquisadores da Universidade Yale e do Alasca, nos Estados Unidos. A pesquisa foi apresentada em novembro na revista científica Proceedings of the Royal Society.
O camarão levou o nome de Eobodotria muisca e foi encontrado cerca de 500 indivíduos em rochas mesozóicas. Para a surpresa, eles estão muito bem preservados, com comprimento entre 6 e 8 milímetros, os fósseis apresentam peças bucais, intestino, cabelos minúsculos e pequenos olhos compostos.
Além disso, esses fósseis encontrados são os primeiros exemplares do tipo na região norte da América do Sul.
"Estamos impressionados com a semelhança entre Eobodotria muisca e as espécies atuais", disse Javier Luque, paleontólogo de Yale e principal autor do estudo, ao portal da Universidade. “Existem oito famílias ou grupos principais de camarões vírgulas vivos, e nenhum deles tem uma ocorrência fóssil confirmada. Isso significa que não tínhamos ideia de quando o camarão vírgula moderno evoluiu, até agora”, complementa.
Assim, a descoberta cobre uma lacuna evolutiva que existia até então para esses crustáceos. O fóssil encontrado pertence à família Bodotriidae e teria vivido em meados do Cretáceo.
Devido à semelhança do Eobodotria muisca com o camarão vírgula moderno, os pesquisadores sugerem que a evolução nesses animais tem uma taxa mais baixa.
Com a descoberta, os pesquisadores acreditam ser possível compreender a origem da curvatura do camarão. Além disso, também poderá ajudar a entender a origem dos crustáceos em relação à evolução da árvore genealógica.
O nome Eobodotria muisca foi dado ao fóssil do camarão vírgula em referência aos americanos nativos da região dos Andes colombianos, o povo Muisca.