Ciência
15/04/2023 às 11:00•2 min de leitura
Em 2015, o Centro de Controle de Doenças (CDC) emitiu um relatório indicando que das 2.596.993 pessoas que morreram nos Estados Unidos em 2013, 92,5% delas foi de causas naturais.
É provável que você já tenha ouvido falar nessa causa, mas o que significa uma morte natural? Existem 46 categoriais de "causas naturais de morte", bem como 44 subcategorias que uma morte pode se enquadrar como sendo algo "natural".
(Fonte: Metro UK/Reprodução)
Para começar a entender o fenômeno, é necessário analisar o que significa o termo "natural" na medicina e como ele está associado à ideia de "morrer de velhice", visto que idade não é uma causa, apenas uma circunstância.
Em amplo espectro, "natural" é tudo aquilo que aflige o corpo humano ao longo do tempo, como insuficiência cardíaca, câncer ou derrame. O oposto, ou seja, uma morte não natural, implica em causas que interrompem prematuramente o processo de envelhecimento, como um acidente faz.
(Fonte: HubPages/Reprodução)
Por outro lado, observar uma morte por causa natural é cair na antítese de que nenhuma morte é realmente natural, se for analisando friamente em questão de terminologia. A medicina, no entanto, lê que, desde que alguém morra por uma causa inerente à natureza de sua própria fisiologia, a causa pode ser considerada natural.
Durante uma autópsia, por exemplo, o médico legista precisa pesar as evidências e, com base na predominância destas, chegar a uma decisão de como aquele corpo chegou à morte.
(Fonte: NPR/Reprodução)
“Quando um médico legista preenche um atestado de óbito, é a opinião médica dele, com base em toda a sua experiência e treinamento, que é isso que está acontecendo”, disse o dr. David R. Fowler, presidente da Associação Nacional de Examinadores Médicos à CNN.
Fowler ainda ressaltou que o legista é como um juiz e que suas decisões têm como base as causas oficiais de morte decorrentes de avaliações, da mesma forma que médicos decidem os diagnósticos. Por vezes, as causas não naturais e naturais se cruzam. Um exemplo disso é uma morte por ataque cardíaco, considerado uma causa natural, diferente do que muitos pensam, mas, se ocasionada por esforço demasiado, pode ser considerada não natural.
(Fonte: Adobe Stock/Reprodução)
Ou seja, assim fica claro que a morte natural não é uma causa, mas um modo de morte, por isso os médicos precisam especificar o que a causou, qual foi a condição subjacente que a levou e quanto tempo antes da morte isso ocorreu.
Há certidões de óbito em que a morte é identificada como natural, a causa imediata como uma ruptura na parede do coração, por exemplo, que ocorreu minutos antes da morte. As subjacências entra no contexto de que tudo isso pode ter sido ocasionado por um ataque cardíaco ou uma patologia cardíaca que aconteceu dias, meses ou anos antes da morte.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) lista doenças surpreendentes como causas naturais, como diabete, infecções respiratórias, Alzheimer, e condições neonatais, como a terrível Síndrome da Morte Súbita Infantil (SIDS).
Em 2013, doenças cardíacas e o câncer representaram quase metade de todas as mortes nos EUA, sendo que as próximas oito causas representaram 23% das mortes, e a categoria "todas as outras doenças" foi responsável por 12% dos óbitos. Isso deixa uma pequena porcentagem, algo em torno de 15%, para as mortes por causas não naturais.