Ciência
08/05/2023 às 12:00•2 min de leitura
No início do mês de maio, um novo estudo publicado na revista Nature chamou a atenção para um evento observado do espaço, ocorrido entre 10 e 15 mil anos atrás, próximo da constelação de Aquila, onde uma estrela engoliu um planeta gasoso de grandes dimensões.
Inicialmente, pesquisadores suspeitaram que poderia se tratar de uma explosão envolvendo astros, mas após persistir com a análise, descobriram que se tratava de outro tipo de fenômeno, nunca antes registrado.
Apesar das diversas evidências coletadas, o processo de absorção de planetas por uma estrela ainda não havia sido documentado. (Fonte: Hubble/Reprodução)
Quando as estrelas envelhecidas esgotam suas reservas de hidrogênio e passam a fundir hélio, elas aumentam de tamanho substancialmente, de modo que elas também acabem absorvendo os planetas que se encontram mais próximos.
Neste caso em específico, a estrela em questão tinha aproximadamente 10 bilhões de anos, estando no início de sua última fase – o que significa que ela deverá permanecer como uma gigante vermelha por cerca de 100 mil anos.
O brilho resultante essa rápida explosão, que culminou com a morte do planeta, se intensificou por 10 dias e perdurou por 100 dias. Cientistas também relataram que a estrela retornou ao seu tamanho original após esse período. Confira, abaixo, uma simulação do que teria ocorrido:
Para que fosse possível entender melhor como esse evento se iniciou, astrônomos recorreram tanto a telescópios terrestres quanto ao telescópio especial infravermelho NEOWISE (Near-Earth Object Wide Field Infrared Survey Explorer), da NASA.
A cada seis meses, esse último instrumento realiza o escaneamento do céu. Ao mesmo tempo, ele facilita o acompanhamento de mudanças ocorridas no espaço. Graças a isso, pesquisadores descobriram que a estrela havia começado a brilhar um ano antes desse último episódio.
Estrela observada deverá permanecer como uma gigante vermelha por cerca de 100 mil anos. (Fonte: Getty Images/Reprodução)
O evento, que ocorreu com um planeta que apresenta dimensões próximas à de Júpiter, oferece uma visão do que deverá se desenvolver no sistema solar futuramente. Para se ter uma ideia, em comparação com a distância presente na Via Láctea, ela seria ainda menor que a existente entre Mercúrio e o Sol.
Além de Mercúrio e Vênus, astrônomos acreditam que a Terra poderá passar por esse mesmo processo daqui a cerca de 5 bilhões de anos, momento em que o Sol se encontrará num estágio mais avançado e irá se tornar uma estrela gigante vermelha com diâmetro 100 vezes maior.
Por outro lado, como estamos falando de planetas que apresentam menores dimensões, também é esperado que o brilho resultante dessa explosão seja menor.