Abelhas com consciência, lagostins tomando Rivotril e outras coisas humanas que animais fazem

01/08/2024 às 09:002 min de leituraAtualizado em 01/08/2024 às 09:00

Dois estudos publicados neste ano colocam em xeque a nossa presunção de sermos uma espécie única no planeta, capaz de "feitos" como conversar, refletir sobre si mesmos e rir. Não é bem assim, dizem alguns pesquisadores da Universidade Estadual do Colorado (CSU), que flagraram um grupo de elefantes ditos "selvagens" se dirigindo uns aos outros com bramidos individualizados parecidos com nomes.

No artigo, publicado recentemente na revista Nature Ecology and Evolution, os autores explicam que, embora a evolução do elefante e dos seres humanos tenha divergida há dezenas de milhões de anos, ambas permanecem socialmente complexas e altamente comunicativas, diz um comunicado da CSU. 

Como esses proboscídeos gigantes vivem em unidades familiares, grupos sociais e uma estrutura de clã altamente complexa, era de se supor que a capacidade de produzir sons diferenciados fosse necessária para identificar cada membro da família Elephantidae pelo nome.

Como os cientistas sabem que os elefantes entendem seus nomes?

Pesquisadores conversando
Pesquisadores conversando "conversas" de elefantes. (Fonte: George Wittemyer/Divulgação)

Para testar suas suspeitas, os pesquisadores da CSU se juntaram a colegas das organizações conservacionistas Save the Elephants e ElephantVoices para confirmar que os chamados diferentes dos elefantes tinham um destinatário específico, o que pôde ser confirmado utilizando aprendizado de máquina. 

Reproduzindo os nomes chamados em um aparelho de som, a equipe presenciou os elefantes respondendo atentamente às chamadas de seus "nomes", fazendo uma espécie de saudação mútua, ou apenas se aproximando do alto-falante para continuar o papo. Quando ouviam chamados destinados a outros elefantes, eles simplesmente não esboçavam nenhuma reação.

Para o autor principal do estudo, Michael Pardo, da CSU, embora se saiba que golfinhos e papagaios se chamem entre si, imitando o chamado característico do destinatário, "nossos dados sugerem que os elefantes não dependem da imitação dos chamados do receptor para se dirigirem uns aos outros, o que é mais semelhante à maneira como os nomes humanos funcionam", conclui o pós-doutorando.   

Outros animais conscientes

W. (Fonte: Getty Images/Reprodução)
Abelhas são brincalhonas. (Fonte: Getty Images/Reprodução)

Se elefantes se chamando pelos nomes impressiona, o que dizer de duas abelhas jogando futebol? Foi mais ou menos isso que pesquisadores da Queen Mary University de Londres observaram. Duas operárias peludinhas estavam empurrando e girando bolinhas de madeira. Aparentemente, só por diversão, uma vez que não havia nenhum componente reprodutivo ou de condicionamento envolvido.

A observação serviu para incluir as Apis Mellipheras em um seleto grupo de animais com consciência, segundo biólogos e filósofos: a Declaração de Nova York sobre a Consciência Animal, divulgada em abril de 2024. 

Para que cientistas renomados se dispusessem a assinar esse documento, descobrimos muitas particularidades sobre animais. Por exemplo, polvos sentem dor, os moluscos chocos têm memória de eventos passados e o peixe bodião-limpador se reconhece no espelho. Já os lagostins se mostraram ansiosos, mas se curaram tomando Rivotril. Mais humano, impossível.

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