Ciência
02/07/2024 às 00:00•2 min de leituraAtualizado em 02/07/2024 às 00:00
Encontrar rastros e sinais de animais selvagens pode transformar uma caminhada comum na floresta em uma experiência fascinante. No Brasil, com sua rica biodiversidade, essa prática revela a presença de muitas espécies únicas e intrigantes. Aqui estão algumas dicas e técnicas para identificar e interpretar esses sinais.
Para começar a identificar pegadas, observe o número de dedos e a presença de marcas de garras. Mamíferos como onças e gatos-mouriscos possuem quatro dedos, mas geralmente sem marcas de garras visíveis, já que suas garras são retráteis. Por outro lado, animais como os quatis e as jaritatacas têm cinco dedos.
O tamanho e a forma das pegadas podem ajudar a distinguir entre diferentes espécies. Pegadas de onças-pintadas são consideravelmente maiores do que as de gatos-do-mato, e as de tamanduás-bandeira têm um formato muito específico, com suas garras longas e curvas. Uma régua pode ser útil para medir com precisão e comparar com guias de campo específicos.
O tamanho, a forma e o conteúdo das fezes podem fornecer muitas informações sobre o animal. Fezes cilíndricas com pelos e ossos indicam um carnívoro, como a jaguatirica, enquanto fezes em forma de pelotas pequenas são típicas de cervídeos como veados. Examinar o conteúdo das fezes pode revelar detalhes sobre a dieta do animal, ajudando na identificação da espécie.
Os sinais deixados pela alimentação dos animais, como frutas roídas ou galhos quebrados, também são pistas valiosas. Roedores, por exemplo, deixam marcas características de seus dentes nas nozes e sementes que consomem. Essas marcas são geralmente pequenas e uniformes, devido aos seus dentes incisivos afiados. Já capivaras deixam marcas em vegetação aquática, como caules e folhas quebrados ou roídos próximos às margens de lagos e rios.
Animais como tatus e tamanduás cavam tocas que são facilmente identificáveis pela forma e tamanho da entrada. Tocas de tatus são geralmente profundas e largas, enquanto as de tamanduás são mais rasas. Além disso, tocas de roedores, como cutias e pacas, podem ser encontradas perto de corpos d'água.
Marcas em árvores, como arranhões deixados por onças, ou veados esfregando seus chifres, são comuns. Outras marcas de presença incluem trilhas e caminhos usados frequentemente pelos animais, que podem ser identificados por vegetação amassada ou solo compactado.
Utilizando guias de campo, observação cuidadosa e prática, você poderá identificar uma ampla gama de espécies e compreender melhor seu comportamento e ecologia. Ao explorar a floresta com um olhar atento para essas pistas, você transforma uma simples caminhada em uma jornada de descoberta e aprendizado sobre a incrível biodiversidade brasileira.