Lêmures têm duas línguas e a gente explica o por quê

02/10/2024 às 18:002 min de leituraAtualizado em 02/10/2024 às 18:00

Os lêmures, com seu olhar expressivo e personalidade encantadora, escondem uma surpresa em sua anatomia: uma segunda língua, a sublíngua. Embora à primeira vista pareça apenas um detalhe peculiar, essa característica tem uma função fundamental no dia a dia desses pequenos primatas.

O papel da sublíngua na higiene

Pente dental da mandíbula de um lêmure. (Fonte: Wikimedia Commons/Reprodução)
Pente dental da mandíbula de um lêmure. (Fonte: Wikimedia Commons/Reprodução)

A sublíngua dos lêmures é uma estrutura especializada que se encontra logo abaixo da língua principal. Diferente da língua comum, ela não tem papilas gustativas e não está envolvida em funções sensoriais. Seu objetivo é puramente mecânico, sendo fundamental na higiene, especialmente na interação com seus dentes frontais, chamados de pente dental.

Essa estrutura é formado por dois caninos e quatro incisivos finos e longos que se organizam em uma fileira, parecendo um pente. Os lêmures utilizam o pente dental para escovar a pelagem e remover sujeira ou parasitas.

No entanto, alguns resíduos podem se acumular entre os dentes, e é aí que a sublíngua entra em ação. Ela age como uma espécie de “fio dental” natural, limpando os restos de detritos que ficam presos, garantindo que o pente dental funcione sempre da melhor maneira.

Essa dupla de ferramentas anatômicas é indispensável para manter os lêmures limpos e saudáveis, permitindo que eles removam eficientemente impurezas que podem comprometer a saúde da pele e pelagem.

Impacto na socialização

Sublíngua de um lóris, parente distante dos lêmures. (Fonte: Wikimedia Commons/Reprodução)
Sublíngua de um lóris, parente distante dos lêmures. (Fonte: Wikimedia Commons/Reprodução)

Além de sua importância na higiene pessoal, a sublíngua desempenha um papel social igualmente importante. Os lêmures são animais que praticam o “aliciamento social”, um comportamento em que membros do grupo limpam uns aos outros, reforçando os laços e a coesão do grupo.

Manter o pente dental limpo (com a ajuda da sublíngua) contribui para que os lêmures participem desse ritual de forma eficaz, sendo mais valorizados dentro do grupo e fortalecendo suas relações sociais.

Esses gestos de limpeza mútua são fundamentais para o convívio em grupo, criando e mantendo alianças que podem influenciar diretamente sua sobrevivência. Portanto, ao ajudar a manter a eficiência da ferramenta de higiene, a sublíngua também contribui para manutenção das relações sociais. 

Assim, essa característica anatômica fascinante dos lêmures demonstra como a evolução moldou adaptações únicas para atender às necessidades específicas de um animal. As funções desse órgão revelam a complexidade da vida desses pequenos primatas e a importância da manutenção da saúde e das relações sociais.

Da próxima vez que você observar um lêmure, lembre-se de que essa pequena adaptação oculta é uma das razões pelas quais eles conseguem viver harmoniosamente em seus grupos.

Fonte

    NOSSOS SITES

    • TecMundo
    • TecMundo
    • TecMundo
    • TecMundo
    • Logo Mega Curioso
    • Logo Baixaki
    • Logo Click Jogos
    • Logo TecMundo

    Pesquisas anteriores: