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20/08/2018 às 04:30•4 min de leitura
José Saramago dizia que é mais fácil mobilizar os homens para a guerra do que para a paz. A história do mundo prova que ele estava certo e que, diferente do anseio pela paz, é muitas vezes o cansaço que faz com que as guerras terminem.
Em todos os dias desta semana, algo importante aconteceu em um conflito bélico: um ataque, um bombardeio, um decreto, um cessar-fogo. Nesta edição do Drops Históricos, você vai conferir a fixação do ser humano pelas guerras. Reunimos aqui sete dias com fatos sobre disputas ao longo dos últimos séculos.
1988: Cessar-fogo na Guerra Irã-Iraque
Em 22 de setembro de 1980, soldados iraquianos sob o comando do ditador Saddam Hussein invadiram o Irã, que havia acabado de sobreviver a uma revolução e ainda se recuperava.
Contra as expectativas do ditador, no entanto, as tropas do Irã resistiram bravamente por quase 8 anos, e a região viveu um dos mais sangrentos conflitos da história recente do mundo, principalmente para a população civil. Sem soldados suficientes, o Irã armou seus jovens e adolescentes, e são comuns hoje imagens de crianças vestidas para o combate durante a guerra.
O conflito só teve fim com a intervenção da ONU, que, em 1988, propôs um cessar-fogo aceito pelos dois países, já exaustos da disputa.
1808: Napoleão é derrotado em Portugal
Quando se fala em 1808, você provavelmente se lembra daquela história da Família Real portuguesa vindo para o Brasil, e é provável que muita gente nem saiba o que eles vieram fazer por aqui. Naquela época, Napoleão Bonaparte tentava a todo custo se tornar um grande conquistador e quase conseguiu. A França já vinha de quase 20 anos de tentativa de dominação dos países vizinhos e, nessa disputa, Portugal virou alvo 15 anos antes, em 1793.
Depois de sofrer baixas importantes em várias batalhas, os portugueses, sob o comando do general Arthur Wellesley, se organizaram com cerca de 2,3 mil homens. Junto com um reforço de aproximadamente 19 mil ingleses, conseguiram impor resistência aos franceses na disputa que ficou conhecida como "Batalha do Vimeiro".
1942: Brasileiros vão à Guerra
Não é segredo para os brasileiros que, embora forças nacionais tenham sido enviadas para lutar na Segunda Guerra Mundial ao lado dos Aliados (Estados Unidos, Inglaterra, França, China e União Soviética), a vontade do então presidente Getúlio Vargas era apoiar o Eixo (Alemanha, Itália e Japão).
O país se manteve neutro enquanto pôde, mas em 22 de agosto de 1942 foi oficializada a participação nacional ao lado dos Aliados. Nossas primeiras forças armadas, os pracinhas, foram enviadas para auxiliar na libertação da Itália, onde chegou em 1944.
A Força Expedicionária Brasileira (FEB) era composta por mais de 25 mil homens, e o apoio do Brasil foi fundamental para a vitória dos Aliados em terras italianas.
1793: Levée en Masse
Quatro anos depois da tomada da Bastilha, em 1789, a Revolução Francesa ainda estava em andamento, e se instaurou no país um regime político chamado de Convenção Nacional, com o objetivo de tentar colocar em ordem o que estava bagunçado depois da destituição de Luís XVI, em 1792.
O problema é que, em meio a uma total desorganização interna, a França também enfrentava um momento de instabilidade externa, já que as fronteiras da Europa ainda estavam indefinidas, e diversos países batalhavam por conta de disputas territoriais. Com a Inglaterra, a Holanda e a Espanha se organizando para possíveis e prováveis invasões, a França precisava se proteger.
O Levée en Masse foi a alternativa encontrada pela Convenção Nacional para dar aos generais mais poder de fogo nessas disputas eminentes. Trata-se de um decreto (ou uma medida) que autorizava a mobilização da comunidade inteira a serviço do Estado para a guerra. Com ele, a população francesa se colocava em permanente requisição a serviço do exército, e não escapava ninguém: jovens, casados, mulheres, crianças e idosos, todos estavam obrigados a contribuir de alguma forma.
1943: Frankfurt no chão
Durante a Segunda Guerra Mundial, a cidade de Frankfurt, uma das mais importantes metrópoles alemãs, foi alvo de diversos bombardeios. Mais de 5,5 mil habitantes morreram, e quase 15,7 mil toneladas de bombas foram lançadas sobre a cidade.
Um dos maiores aconteceu em de agosto de 1943, feito pela aviação dos Aliados. Ao final da guerra, a cidade teve 80% de sua estrutura destruída, de forma que precisou reconstruir diversos prédios históricos e monumentos.
1660: Revolta da Cachaça, no Rio de Janeiro
Nem toda guerra é por território, no entanto! Revolta do Barbalho, da Bernarda ou da Cachaça é o nome dado a uma verdadeira revolução iniciada no Brasil em 1660, quando o governo mexeu nos impostos da "mardita".
A gente já falou em uma das colunas sobre uma Carta Régia emitida pela Coroa Portuguesa, visando obter mais e mais lucros sobre o que era produzido no Brasil; um dos aspectos afetados foi justamente a aguardente. Acontece que não dá para mexer com a manguaça, não é mesmo? E depois de meses discutindo o que fazer, os produtores e senhores de engenho decidiram se rebelar contra a Coroa para pedir a redução das taxas.
Em um primeiro momento, a revolta não obteve sucesso, e os revoltosos foram presos — Jerônimo Barbalho foi inclusive condenado à morte e decapitado. Depois, os portugueses perceberam que não era para tanto e liberaram os presos, até que em 1661 a produção da cachaça foi autorizada. Foi apenas em 1695, contudo, que a proibição da comercialização foi oficialmente revogada.
1429: Joana d'Arc entra em Paris
A França protagoniza diversos momentos conflituosos na história do mundo. A gente já comentou sobre a participação dela na Segunda Guerra Mundial, os anos iniciais da Revolução Francesa e a fuga da Família Real portuguesa justamente por conta das invasões de Napoleão. Antes que tudo isso acontecesse, no entanto, a Guerra dos Cem Anos atravessou o país de 1337 a 1453.
Depois de ajudar a coroar o rei Carlos VII, a heroína Joana D'Arc estava dando por encerrada a sua trajetória quando conquistou Orleans. No entanto, era preciso tomar Paris, que estava sob o comando do Duque de Bourguignon. No dia 26, o exército comandado por ela fez sua primeira entrada na cidade, mas saiu derrotado.
No fim das contas, Joana D'Arc não chegou a ver a cidade dominada, já que foi capturada e morta no ano seguinte.
1945: Americanos tomam o Japão
Um dos atos que marcaram o fim da Segunda Guerra Mundial foi a rendição japonesa às forças aliadas. Isso aconteceu no início de agosto, quando o imperador Hirohito anunciou a rendição e assinou uma carta junto aos norte-americanos.
No dia 27 de agosto de 1945, os soldados dos Estados Unidos entraram no Japão para iniciar a tomada das forças orientais. A intenção inicial era encerrar as atividades militares, mas o país acabou utilizando parte das forças armadas locais para guardar áreas do país contra invasões russas, coreanas e chinesas.
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