Estilo de vida
17/12/2018 às 06:01•3 min de leitura
Em tempos de Natal e comemorações de fim de ano, se passarmos os olhos nas sugestões dos streamings de vídeo, veremos basicamente filmes voltados para a família, especialmente para as crianças. Aquele clichê básico de férias: tardes inocentes regadas a muita pipoca, aventura e diversão.
Mas e se os clássicos da Disney, tão amados pelos pequenos, tivessem uma narrativa mais fidedigna as suas versões originais? Não há dúvida de que alguns sairiam da lista de sessão família direto para o catálogo de horror.
Conheça a parte da história que não contaram sobre alguns dos mais famosos contos de fadas.
A história original no qual o filme da Disney se baseia chama-se a "A Rainha da Neve", de Hans Christian Andersen, e narra o que acontece com duas crianças, Gerda e Kai, que cresceram juntas e se consideram irmãs. Nesse conto, os trolls são criaturas do mal, e a Rainha da Neve não é nem de longe a semelhança de Elsa e muito menos está em busca de se libertar de seu poder gelado. Ela condena um dos personagens a ter o coração frio e insensível e posteriormente congela Kai, o menino, por completo com um beijo amaldiçoado e gelado. Gerda fica triste por ter perdido seu amigo e irmão, então, vai buscá-lo e quando o encontra percebe que ele está nesse estado inerte. Suas lágrimas, repletas de amor e ternura, quando caem sobre Kai, preenchem novamente seu coração e derretem o encanto, fazendo-o se livrar de toda maldição.
O conto da madrasta que invejava a beleza da linda princesa tem em sua versão original um viés bem mais sórdido que a versão light da Disney. Quando a Rainha Má manda o caçador matar Branca de Neve, pede também para que ele traga seu coração e fígado de volta para que ela os devore. Também, no conto original, a princesa não é acordada com um beijo do príncipe, mas porque ele deixou cair o caixão onde Branca de Neve estava deitada. Isso faz com que o pedaço da maçã que estava preso em sua garganta se desloque, fazendo-a acordar do sono profundo.
O final feliz, com o casamento do príncipe com Branca de Neve, também tem um toque macabro. A Rainha Má é convidada para o evento e forçada a calçar sapatos de ferro incandescentes e a dançar até morrer.
Os irmãos Grimm publicaram a história "Cinderela" por volta do ano de 1800. Nessa versão, os autores dão uma ênfase dramática na parte dos sapatinhos de cristal. Quando as irmãs estão tentando fazer com que eles caibam em seus enormes pés, a madrasta as encoraja a cortar os calcanhares e os dedões, justificando que quando elas se tornassem rainhas não iriam mais precisar deles para nada. Assim foi feito, para provarem que o sapato servia, uma delas cortou o dedão e a outra arrancou uma parte de seu calcanhar. Mesmo assim, o príncipe não foi iludido com o truque e no fim acabou encontrando sua Cinderela.
No filme que conhecemos, a graciosa Bela, filha de um inventor, é forçada a viver no castelo da Fera no lugar de seu pai, que sem permissão roubou uma rosa do castelo da besta e foi capturado por esta. Bela então começa a sentir afeição pela criatura que também se apaixona pela beleza e ternura da menina. Ao final, revela-se que a Fera é na verdade um príncipe que estava sob o feitiço de uma bruxa. Quando os dois se apaixonam, o encanto é quebrado, voltando a alteza a viver em sua plena forma.
A história original de Jeanne-Marie Leprince de Beaumont conta que Bela tinha duas ingratas e invejosas irmãs. Seu pai era um mercador que perdeu repentinamente suas riquezas e forçou a família a ir morar em uma casa de campo. A besta no conto original tem uma passagem melodramática e cai em depressão, praticamente morre de fome jogado em seu jardim ao perceber que, em um primeiro momento, Bela o despreza.