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19/01/2019 às 12:00•2 min de leitura
Matar pessoas por sua religião, cor de pele ou condição social é algo que não possui justificativa, seja qual for o contexto. Quando líderes de campos de concentração recebiam ordens superiores para encaminhar judeus a câmaras de gás, sabiam muito bem que seus atos eram execráveis.
Provavelmente existiam motivos para transformar uma ordem em milhares de mortes de pessoas inocentes, mas ao primeiro sinal de que a Alemanha Nazista estava com os dias contados, foram tomadas providências para esconder do mundo os crimes que aconteceram nos campos de concentração.
No final de 1944, com o avanço das forças aliadas e o colapso das organizações alemãs, os oficiais nazistas começavam a planejar a derrota. Por mais que não existissem mais opções ofensivas, era preciso manter as aparências e tentar minimizar os danos que viriam no pós-guerra.
Os campos de concentração funcionaram durante anos, mas quando a rendição se tornou inevitável a ordem foi para que as câmaras de gás de Auschwitz fossem destruídas. O responsável pela decisão foi Heinrich Himmler, chefe da SS e um dos arquitetos do Holocausto. Alguns historiadores discordam nesse ponto, pois essa ordem entraria em conflito com uma anterior do próprio Adolf Hitler, que determinava a morte de todos os judeus que ainda existiam na Europa.
Apesar da aproximação russa, os prisioneiros ainda não tinham sido liberados, e seu último trabalho foi o de desmontar a estrutura peça por peça. Quando a falta de tempo começou a falar mais alto, eles utilizaram dinamite para explodir as edificações restantes.
Após a destruição de boa parte do campo de concentração de Auschwitz, teve início uma caminhada nada confortável, onde os prisioneiros foram separados por suas condições físicas. Os mais fracos nem iniciaram a jornada, ficando no campo largados à própria sorte. Quem foi selecionado precisou enfrentar condições extremamente adversas, como frio, fome e pressão psicológica dos comandantes.
Durante o trajeto, não era tolerado nenhum tipo de parada, atitude que resultava na morte do prisioneiro, seja qual fosse o motivo do seu sofrimento. A ideia é que essas pessoas servissem como escravos para o Reich, por isso alguns foram colocados em trens e levados diretamente para as cidades de destino.
A situação era desesperadora para todos os envolvidos, o que causou fugas de todos os lados. Para os prisioneiros, entrar em uma floresta gélida podia significar a única chance de sobreviver; já comandantes nazistas fizeram algo semelhante para tentar escapar de possíveis punições pelos crimes que cometeram.
Quando o Exército Vermelho chegou a Auschwitz, no dia 27 de janeiro de 1945, encontrou pessoas deitadas sobre os próprios excrementos e esperando morrer de fome, além das crianças que foram utilizadas em experiências médicas e mostravam graves sequelas dos procedimentos.
Nesse dia, todos os oficiais nazistas já tinham fugido, mas eles falharam quando tentaram destruir o depósito onde ficavam os pertences das pessoas que passaram pelo campo. Durante um conflito, todo tipo de suprimento pode ser utilizado e, por isso, lá estavam guardadas 7 toneladas de cabelo humano, 370 mil trajes masculinos e 837 mil casacos e vestidos femininos.
Mesmo na época, a chegada dos russos a Auschwitz não ganhou muita relevância na imprensa, mostrando que os crimes eram encobertos de todas as formas possíveis. Felizmente, os nazistas não obtiveram sucesso na destruição total do local, fato que tornou possível às futuras gerações conhecerem a história.
Um local com essa finalidade, caso fosse idealizado em uma obra de ficção, já seria considerado absurdo. Quando nos damos conta de que seres humanos foram capazes de montar uma estrutura tão grande apenas para matar pessoas de forma mais eficaz, precisamos pensar sobre o que levou tanta gente a executar ordens tão desumanas.