Ciência
11/02/2020 às 11:00•2 min de leitura
E se um dia você estivesse caminhando na praia e tropeçasse em nada mais, nada menos que uma bomba de hidrogênio perdida? Como alguém consegue perder um poderoso artefato como este? Lá se vão 62 anos e essa incrível história ainda incomoda as autoridades americanas diante da magnitude do risco ao qual a população local poderia estar exposta.
Aconteceu em 1958, na cidade de Savannah, estado da Geórgia. Sim, a Força Aérea dos Estados Unidos simplesmente perdeu uma bomba de hidrogênio de três toneladas e meia. Mas como?
A bomba foi descartada na ilha de Tybee na costa leste americana, após uma pequena colisão no ar entre um bombardeiro B-47 e um avião de combate F-86 durante uma operação de treinamento. Após o choque, o B-47 apresentou sérios problemas durante o vôo, e precisou eliminar sua carga antes de fazer um pouso forçado na base aérea de Hunter, nas proximidades de Savannah. No descarte, estava a bomba de hidrogênio, com mais de 180 quilos de explosivos e munida de urânio. O artefato jamais foi localizado pelas autoridades americanas.
Logo após o incidente, equipes da Força Aérea americana realizaram buscas em uma área de oito quilômetros quadrados. Foram nove semanas de intenso trabalho até finalmente admitirem que a bomba estava “irremediavelmente perdida”.
Em 2004, após uma grande quantidade de radiação ter sido detectada no fundo do mar nas proximidades de onde o incidente ocorreu em 1958, a Força Aérea americana iniciou novas buscas na esperança de encontrar a bomba perdida. Entretanto, descobriram que se tratava de uma emissão radioativa natural. E assim, até hoje ela ainda não foi encontrada e o mistério continua - e o risco também.
Desenvolvida sete anos após o ataque nuclear em Hiroshima a bomba de hidrogênio é ainda mais potente. Trata-se de bomba dentro de uma bomba, que aciona uma reação de fissão nuclear em cadeia, que causa fusão nuclear de átomos de hidrogênio liberando uma quantidade devastadora de energia que podem chegar a uma magnitude de 50 quilotons - o equivalente a 3.300 bombas de Hiroshima.
A bomba perdida é um modelo menos potente, chamado Mark 15, projetada para ter uma potência equivalente a “apenas” 253 bombas de Hiroshima. Mesmo se acontecesse embaixo da água, A explosão desintegraria pessoas instantaneamente em um raio de 2 quilômetros. Em até 20 quilômetros, elas sofreriam queimaduras de terceiro grau, e toda população da região metropolitana de Savannah poderia ser aniquilada em uma fração de segundos.