O que é classe social e como esse conceito foi criado?

26/03/2021 às 08:002 min de leitura

Você sabe o que significa o conceito de classe social? Durante o século 19, quando a Sociologia foi criada, o filósofo e economista alemão Karl Marx dedicou-se a estudar o fenômeno das classes sociais e como elas interagiam entre si. Então, descobriu-se que existia uma divisão socioeconômica hierárquica nos sistemas capitalistas.

A partir dessa ideia, vários outros sociólogos, historiadores, geógrafos e economistas também passaram a estudar esse fenômeno, como o francês Émile Durkheim e inglês John Maynard Keynes. Para esses escritores, a estratificação social — nome que fala sobre a divisão de classes — explica a intensa divisão social gerada pelo capitalismo.

A estratificação social

(Fonte: Wikimedia Commons)(Fonte: Wikimedia Commons)

Na visão desses pensadores, é impossível um indivíduo alcançar autossufiência dentro desse tipo de sistema. Sendo assim, cada classe trabalhadora possui diferentes formas de valorização e diferentes níveis de importância por suas atividades exercidas. Entretanto, se o nível de instrução de um trabalhador costumaria ditar seu poder aquisitivo, nem sempre essa regra se aplicaria na sociedade.

Os donos de indústrias, apesar de nem sempre ter formação semelhante a classes valorizadas como médicos e engenheiros, alcançava maior remuneração por se tornar dono dos meios de produção e ter direito pelos lucros obtidos pela produção da sua indústria. 

Na visão do sociólogo Max Weber, as classes sociais não são formadas apenas pela divisão de trabalho, mas também pelo consumo e estilo de vida. Sobretudo nas sociedades construídas no século 20, a classe social também é sinônimo de prestígio social pelo que você tem, compra ou exibe.

Classes sociais no Brasil

(Fonte: Pixabay)(Fonte: Pixabay)

Dentro de uma sociedade estratificada, uma das características existentes é a possibilidade de mobilidade social — quando um indivíduo consegue transitar entre classes. Entretanto, a maioria dos pensadores considera essa migração improvável dentro da sociedade capitalista, visto que a meritocracia (ascensão por mérito próprio) costuma ser impossibilitada por famílias com maior poder econômico se manterem através da herança.

Para tornar as diferenças econômicas mais precisas, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) criou um sistema que divide a população brasileira entre cinco categorias: as classes A, B, C, D e E, sendo A a classe alta e E a classe mais baixa. Para determinar a concentração de renda, o IBGE usa como medição a renda familiar mensal. Sendo assim, a listagem das classes sociais com base na faixa salarial das famílias brasileiras fica assim:

  • Classe A: mais de 15 salários mínimos;
  • Classe B: de 5 a 15 salários mínimos;
  • Classe C: de 3 a 5 salários mínimos;
  • Classe D: de 1 a 3 salários mínimos;
  • Classe E: até 1 salário mínimo.

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