Estilo de vida
05/01/2022 às 11:00•2 min de leitura
A Guerra Fria, confronto político e ideológico entre Estados Unidos (EUA) e União Soviética (URSS), começou em 1947. Apesar de nunca ter acontecido um conflito direto entre as duas potências na época, ambas disputavam uma suposta supremacia mundial por meio de aliados, corridas armamentistas e espaciais.
Talvez você diga “ora, era óbvio que os Estados Unidos ganhariam”, mas isso seria um anacronismo. Não à toa, a URSS chegou a liderar a corrida espacial ao enviar o primeiro homem em órbita.
Então, por que a URSS acabou? Quais foram os motivos para que Mikhail Gorbachev renunciasse em 1991, após uma série de reformas? Veja agora cinco razões pelas quais a União Soviética colapsou.
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A União das Repúblicas Socialistas Soviéticas tinha uma economia planificada, o que significa que o governo era responsável por todo o processo econômico e focava em estratégias de crescimento controlado.
Em outras palavras: o papel do Estado nesse modelo era decidir quanto seria produzido em cada setor, o valor e quantos produtos cada pessoa poderia ter. A renda final obtida com a venda seria redistribuída pelos habitantes.
Em teoria, a ideia era ótima, focada no bem-estar coletivo e um mercado abastecido. Na prática, muitas vezes o valor que as famílias recebiam não era o suficiente para comprar itens de consumo básico. Além disso, a oferta sempre era muito menor do que a demanda, tornando a escassez de bens uma realidade comum.
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O projeto de uma sociedade igualitária começou a dar espaço à criação de uma classe privilegiada de burocratas que consumia os bens controlados pelo Estado, a chamada nomenklatura. Mas não era somente isso que criava rombos nos cofres.
Apesar de não terem se enfrentado, EUA e URSS disputaram indiretamente, enviando armamentos e incentivos a países que já estavam ou se encontravam na iminência de guerras, como a China, Vietnã e Afeganistão. Todos geraram altos custos para o Estado soviético, que já não estava financeiramente bem — devido às corridas espacial e armamentista.
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A partir das ideias da Perestroika (reestruturação) e Glasnost (transparência), Mikhail Gorbatchev explanou os arquivos do governo de Josef Stalin (1878-1953) visando promover a discussão do futuro e estrutura de poder da URSS.
Em vez de motivação, as pessoas sentiram que o modelo do Partido Comunista era ineficaz, repressivo e corrupto. Gorbatchev até tentou incluir clareza, liberdade e justiça no processo eleitoral, mas já era tarde.
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Apesar de muitos lembrarem da Rússia quando falamos da União Soviética, a verdade é que havia outras 14 nações iguais (em teoria) nos direitos. Na prática, entretanto, o estado russo detinha o poder linguístico e cultural.
A Glasnost deixou a opressão étnica evidente. Isso, somado à fome ucraniana na década de 1930, as deportações forçadas e outros muitos fatos, criou tanta insatisfação com o governo central que a única saída seria pedir libertação do bloco.
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A URSS mantinha um imaginário negativo sobre os países capitalistas. Durante anos, foi ensinado que a população de lá era pobre e degradada.
Porém, no fim dos anos 1980, quando as viagens ao exterior aumentaram, os soviéticos reconheceram que tudo que havia sido dito não era verdade. Inclusive, eles observaram que os países que seguiam a ideologia americana viviam melhor e com mais liberdade individual. Isso minou a credibilidade dos governadores perante a opinião pública.
Para piorar, em 1986 houve o acidente da usina nuclear de Chernobyl, na Ucrânia. Além dos desastres incalculáveis que afetaram a vida de milhares de pessoas, o acontecimento serviu para evidenciar a obsolescência tecnológica da União Soviética, obrigando que o Ocidente intervisse para que o problema fosse minimizado.