Estilo de vida
05/05/2022 às 08:00•3 min de leitura
A África do Sul vivenciou uma era sombria em sua história entre 1948 até a década de 1990. Nesse período, o apartheid dominou o país e colocou toda a sua população negra sob controle de uma minoria de supremacistas brancos. Foi necessário décadas de luta para impedir essas políticas e para que os sul-africanos se "livrassem" da discriminação e do racismo.
Essa também foi a época em que surgiram líderes locais como Nelson Mandela, Desmond Tutu e Steve Biko, que se posicionaram na linha de frente para exigir liberdade. Veja só seis pontos que provam como o apartheid foi muito pior do que nós imaginávamos.
Leia também: Por que pessoas negras tiveram a raça delas apagada na história?
(Fonte: Wikimedia Commons)
O apartheid fez com que os brancos fossem colocados no topo de uma hierarquia racial, enquanto os negros sul-africanos foram postos no final da pirâmide — asiáticos, índios e mestiços assumiam o meio da tabela. Com isso, indivíduos brancos passaram a governar tudo e ter os melhores cargos.
Essa minoria racial vivia em áreas separadas. Um exemplo disso era a Cidade do Cabo, onde negros não eram permitidos — essa parcela da população foi enviada para guetos em cidades como Soweto, mal tendo acesso às necessidades básicas.
(Fonte: Pixabay)
Casamentos entre sul-africanos brancos e negros foram completamente proibidos durante o apartheid. Inclusive, qualquer criança que nascesse desse tipo de relação seria separada de seus pais pelo governo local. A partir de 1950, qualquer casal visto quebrando essas regras enfrentaria tempo de cadeia.
Isso teve grande impacto na população e na vida familiar da África do Sul. Muitas famílias foram separadas e forçadas a deixar suas casas em 1961. De acordo com estudos, cerca de 3,5 milhões de pessoas foram forçadas a deixar suas terras nesse período.
(Fonte: Wikimedia Commons)
O Partido do Congresso Nacional Africano, considerado o principal partido político da África do Sul, foi banido pelo governo da época. Na época, esse era também o partido comandado por Nelson Mandela. Após a proibição, Mandela foi preso em 1962 e seria condenado à pena perpétua em 1965.
O apartheid, inclusive, chegou a ser apoiado por diversos países europeus naquele tempo. Um exemplo disso foi a Grã-Bretanha, que tinha interesse no ouro descoberto na região de Joanesburgo e enxergou uma brecha para explorar o país africano.
(Fonte: Pixabay)
O apartheid foi também marcado pelos inúmeros casos de brutalidade policial contra manifestantes negros. Na época, o governo resolveu coibir qualquer tipo de revolta com força bruta. Por consequência, mais pessoas passaram a apoiar uma resistência armada.
Foi também o período em que surgiram grupos de manifestações pacíficas e até mesmo uma insurreição armada. O protesto mais violento ocorreu em 1960 em Sharpeville, quando a polícia abriu fogo contra os manifestantes e matou 69 sul-africanos, além das diversas outras pessoas que saíram machucadas do evento.
(Fonte: Unsplash)
Quem era sul-africano negro precisava andar por todas as partes portando uma espécie de passaporte racial com informações como impressões digitais, fotos e permissões para acessar áreas de não-negros. Esse era uma forma do governo impedir que essas pessoas andassem por áreas restritas.
Sem o passe ou sem permissão, esse indivíduo seria preso. Além disso, negros não poderiam solicitar passaportes sul-africanos de verdade, uma vez que dificilmente atenderiam os requisitos do governo. Esse era um privilégio branco.
(Fonte: Wikimedia Commons)
Quando se fala que uma minoria branca era a favor do apartheid, é porque parte da população branca sul-africana não se interessava pela segregação. Inclusive, nomes como Helen Suzman, Colin Eglin e Harry Schwarz formaram o Partido Federal Progressista para se opor aos supremacistas brancos no Parlamento.
Muitos deles se juntaram a grupos africanos negros em manifestações e greves, criando um movimento de resistência que perdurou até o fim do apartheid.