Artes/cultura
11/06/2022 às 12:00•2 min de leitura
É muito provável que você já tenha tomado fórmula infantil quando ainda era um bebê. O composto é destinado à alimentação de bebês de até 1 ano, subdividido em dois tipos de categoria: a fórmula 1, para ser consumida do nascimento até os primeiros 6 meses de vida; e a fórmula 2, feita para aquele entre 6 meses a 1 ano.
A fórmula age como um suplemento que tenta se aproximar o máximo possível do leite materno quando eles não têm acesso a este por algum motivo, portanto, o seu conteúdo é modificado a partir do leite de vaca ou de soja, em açúcar, gordura e proteínas; acrescentando vitaminas e minerais que o tornam semelhante ao líquido materno.
De acordo com uma análise levantada pela Gira Foods, só em 2017 a produção global de fórmulas infantis ficou estimada em 2,7 bilhões de toneladas, apresentando um crescimento de 7,1% com relação à 2011 e 2016, sendo os Estados Unidos o maior fornecedor de fórmula infantil do mundo, com um terço dos volumes globais, seguido pela China e o Sudeste Asiático.
(Fonte: Uol/Reprodução)
As empresas pioneiras na produção são Danone, Nestlé, Abbott e Frieslandcampina, atuando nos principais países produtores, como a França, Holanda, Irlanda, Alemanha, Espanha e Polônia, com cerca de 60% da produção exportada dos EUA.
Na primavera de 2022, os pais norte-americanos entraram em colapso quando o produto se tornou escasso devido aos problemas contínuos na cadeia de suprimentos e na força de trabalho causados pela pandemia do covid-19. A importância da fórmula infantil é antiga, bem como sua origem complicada.
(Fonte: Harvard Gazette/Reprodução)
Por séculos as mães só tinham a opção de amamentação como garantia que seus bebês receberiam a quantidade exata de nutrientes para que não perecessem. No entanto, no mesmo tempo, milhares delas se depararam com problemas para fornecer leite materno, então tiveram que recorrer a amas de leite se não quisessem ver suas crianças morrendo de desnutrição.
Essa realidade foi possível até meados do século XIX, quando mudanças econômicas forçaram as mulheres para fora de casa em busca de alguma fonte de renda, em vez de ficarem em casa amamentando seus bebês. O resultado foi um elevado nível de desnutrição infantil que ceifou a vida de centenas de milhares de recém-nascidos.
Ao mesmo tempo, a tecnologia daquele tempo, ainda que rudimentar, proporcionou que alimentos perecíveis fossem preservados, incluindo produtos lácteos. Com isso, em 1860, o químico alemão Justus von Leibig criou a primeira fórmula infantil.
(Fonte: INTERFOTO/Alamy)
Ainda é um assunto controverso o uso da fórmula infantil, principalmente no cenário nutricional americano, por ter sido associada a várias doenças comuns da infância, como diabetes e obesidade infantil; porém, antes de 1990, era ainda pior quando a NASA não havia descoberto o componente que aprimoraria o suplemento.
A equipe de pesquisadores da agência espacial se deparou o DHA, um ácido graxo ômega-3 encontrado naturalmente no corpo humano, enquanto analisava alimentos e produtos que poderiam ser levados em longas missões espaciais, nada que pesasse muito, porém que estivessem repleto de nutrientes.
O componente se mostrou benéfico tanto para bebês ainda no útero, quanto durante a amamentação. Ou seja, era o fator que as fórmulas infantis precisavam para serem aderidas pela sociedade.
Em 1994, o DHA foi adicionado aos suplementos comerciais, e atualmente está presente em 90% dos estoques, ajudando os bebês a desenvolverem olhos, coração e um cérebro mais saudável.