Artes/cultura
07/08/2022 às 10:00•2 min de leitura
As múmias fazem parte do imaginário popular e da história das civilizações humanas. Os ritos de mumificação ajudam a contar aspectos culturais de povos antigos, como a forma que encaravam a morte e o pós-vida. Os itens que compõem os túmulos também dizem muito. Por esta razão, são encarnadas com muito respeito.
Os estudos conduzidos até os dias atuais têm ampliado nossa compreensão do passado e, em alguma medida, feito entendermos alguns comportamentos perpetuados na contemporaneidade. Existem muitas múmias, mas vamos nos centrar em 5 que julgamos mais importantes. Conheça suas histórias e o que elas nos ensinaram.
(Fonte: Wikimedia Commons)
Encontrada em 1993 e apelidada de Donzela do Gelo, está múmia foi enterrada há mais de 2500 anos, por volta do século V a.C., na Sibéria. Membro da cultura Pazyryk, ela estava guardada em um grande caixão de lariço (árvore utilizada para criação de bonsai), com animais sacrificados sepultados ao seu redor.
O corpo estava em bom estado, ornamentado com um cocar de 1 metro banhado a ouro. Usava um vestido de lã, blusa de seda e tinha o cabelo tingido de vermelho. Sua descoberta ajudou a descobrir que já haviam rotas comerciais com a Índia antes mesmo do que imaginávamos.
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(Fonte: Wikimedia Commons)
Ninguém ganha a alcunha de “o Grande” à toa. Ramsés II governou o Egito por 68 anos, tendo sido o responsável por mudanças significativas na cultura, economia e administração do Império. Sua múmia reside no Museu Nacional da Civilização Egípcia do Egito, chegando até os dias atuais após alguns obstáculos.
A múmia de Ramsés precisou ser realocada por várias vezes, fruto das ações para proteção contra saqueadores. Pesquisas mais recentes levantam a possibilidade, também, de que sacerdotes tenha movido seu corpo para retirar ouro e matérias-prima que tenham ficado escassas em algum momento.
(Fonte: Wikimedia Commons)
Há 7000 anos, muito antes dos egípcios, uma população de pescadores que habitava o norte do Chile, conhecida como chinchorro, já praticava a mumificação. Apesar de não terem deixado nenhum registro escrito de sua existência, as múmias chinchorro ajudam a contar uma parte importante da história.
O processo era muito cuidadoso, com a remoção de órgãos e músculos, posteriormente remontados com uso de argila. Os métodos empregados dão um panorama sobre a crença e a cultura desse povo, indicando que os chinchorros viam na mumificação uma possibilidade de segunda chance.
(Fonte: Wikimedia Commons)
Popularmente conhecida como “múmia Lady Dai”, Xin Zhui foi integrante da realeza chinesa. Descoberta em 1971, estava em um túmulo muito elaborado, cujas técnicas de embalsamento garantiram que o cadáver estivesse muito bem preservado. Uma autópsia indiciou que Lady Dai morreu de ataque cardíaco, com cerca de 50 anos.
Mantida em exposição no Museu Hunan, na China, é possível ver os objetos que estavam enterrados com ela: conjuntos de louça lacada, instrumentos musicais e peças de seda. Registros em seu túmulo permitiram arqueólogos saberem que Xin Zhui era esposa do Marquês de Daí, Li Cang, e ampliar os conhecimentos sobre a dinastia Han.
(Fonte: Wikimedia Commons)
Considerada uma das descobertas arqueológicas mais importantes da história, a múmia do rei Tutancâmon foi encontrada quase intacta há 100 anos. Sem ser saqueado, o túmulo do jovem rei de 19 anos lançou luz sobre práticas e mudanças culturais que ocorriam no Egito no momento em que faleceu, em 1324 a.C.
Uma autópsia completa foi realizada, assim como exames de DNA, que identificaram um distúrbio raro chamado Doença de Kohler, além de indícios do parasita da malária. Muitos aspectos conhecidos sobre o Egito Antigo foram reescritos a partir de sua descoberta. Estudada até hoje, é considerada uma fonte inesgotável de documentos históricos.