Perseguição aos livros: conheça a história das leituras 'proibidas'

20/11/2022 às 07:002 min de leitura

A história dos livros é inseparável da perseguição a eles. Sempre existiram pessoas e grupos interessados em impedir que certas camadas da população não tivessem acesso às ideias que eles carregavam.

Neste texto, trazemos uma breve recapitulação de momentos em que palavras foram vistas como tão poderosas que era necessário fazer de tudo para que elas sumissem do mapa.

A Semana dos Livros Proibidos

(Fonte: BND Digital/Reprodução)(Fonte: BND Digital/Reprodução)

O 40º aniversário da Semana dos Livros Proibidos, evento criado em 1982, nos Estados Unidos, celebrou o livre acesso ao conhecimento. Em setembro deste ano, os organizadores se lembram de momentos da história em que foi entendido que valia a pena o esforço de tentar proibir algum livro.

A Igreja Católica, por exemplo, por muito tempo desencorajou que as pessoas tivessem Bíblias em casa. Elas deveriam conhecer as escrituras sagradas apenas por intermédio dos clérigos. A ideia era que ler o texto daria margem a múltiplas interpretações controversas e perigosas. Por conta disso, a Bíblia só circulava em latim, que pouca gente conseguia ler.

Com o aumento das taxas de alfabetização, os livros começaram a ser mais procurados. Por isso, a proibição dos livros precisou encontrar outras maneiras de existir. E o mais impressionante, esses fatos são bem recentes.

Na China, por exemplo, o governo ainda emite decretos às escolas determinando quais livros estão desalinhados aos valores socialistas centrais do país. Já na Rússia, a proibição de livros sempre foi aberta e pública. Na era da União Soviética, o escritor Boris Pasternak recebeu o Prêmio Nobel de Literatura pelo romance Doutor Jivago, mas o livro não havia sido publicado em seu país. Ele foi forçado pelo governo a recusar o prêmio.

Proibições de livros no Ocidente

(Fonte: Wikimedia Commons)(Fonte: Wikimedia Commons)

Engana-se quem pensa que esta é uma realidade apenas de países de liberdade restritiva. No Ocidente, também são muitos exemplos em que os livros foram perseguidos no intuito de proteger o "cidadão comum" de suas ideias.

Muitas vezes, os livros foram mal vistos sob a pecha de carregarem obscenidades. Ulisses, de James Joyce, foi proibido no Reino Unido entre 1922 e 1936, embora o censor tivesse mencionado haver lido apenas 42 das 732 páginas do romance.

O escritor D. H. Lawrence foi um caso especial. Sua obra, que continha muitas cenas de sexo, foi objeto de uma campanha da procuradoria pública britânica, o que envolveu queima de alguns de seus livros e batidas policiais em sua casa.

Exemplos recentes

Primeira edição de O Apanhador no Campo de Centeio, de 1951. (Fonte: Wikimedia Commons)Primeira edição de O Apanhador no Campo de Centeio, de 1951. (Fonte: Wikimedia Commons)

Com a profusão do mercado editorial e novas obras que chegam às prateleiras, muitas vezes, o ato de querer cercear o acesso a um livro tem efeito contrário: as pessoas desejam lê-lo ainda mais.

E o que se sabe é que muitas das obras que costumam não ser recomendadas envolvem questões consideradas tabus, e que, por essa razão, permanecem pouco discutidas. É o caso do romance O Olho Mais Azul, da escritora Toni Morrison, que tem cenas de abuso sexual infantil.

Mesmo um clássico juvenil como O Apanhador no Campo de Centeio, do escritor americano J. D. Salinger, foi alvo de questionamento. Em 1960, um professor foi demitido por usar a obra em sala de aula. O argumento é que o romance usava linguagem obscena.

Mas a Semana dos Livros Proibidos, ao trazer luz a estas histórias, relembra do valor da liberdade e do desejo por entrar em contato com novas ideias. A censura aos livros, como sabemos, faz com que mais pessoas os conheçam e queiram consumi-los. Livrarias como a Barnes and Noble têm até prateleiras destinadas a estas obras, que seguem encontrando seus leitores.

Fonte

NOSSOS SITES

  • TecMundo
  • TecMundo
  • TecMundo
  • TecMundo
  • Logo Mega Curioso
  • Logo Baixaki
  • Logo Click Jogos
  • Logo TecMundo

Pesquisas anteriores: