Artes/cultura
26/11/2022 às 13:00•3 min de leitura
Quando pensamos no cristianismo e em seus santos, por vezes podemos nos esquecer que, antes da canonização, eles foram pessoas reais, de carne e osso. Outro aspecto importante é relembrar que muitos deles, até serem confirmados pela Igreja Católica como santos, foram perseguidos por sua fé de modo brutal, por vezes até mesmo sendo mortos.
Foi com isso em mente que levantamos a história de alguns destes personagens, cujas trajetórias de vida cruzam fé e amor ao próximo. Nosso recorte foi feito pensando nos casos mais chocantes e violentos. Confira.
(Fonte: Wikimedia Commons)
Santa Cecília, além de um bairro em São Paulo, é como é conhecida a santa padroeira dos músicos e da música sacra. Cidadã de Roma, de origem nobre, casou-se com Valeriano, mas por não querer perder sua fé, orou a Deus para que preservasse sua virgindade.
Após casarem, Valeriano, cético, disse que só acreditaria na história se pudesse ver o espírito para quem ela orava. Convertido ao cristianismo, conseguiu convencer seu irmão também. No entanto, foram perseguidos por Turcius Almachius, prefeito de Roma, que exigia, sob a pena de morte, que eles renegassem a religião.
Cecília e eles foram levados a julgamento e, por recusarem formalmente abandonar sua fé, foram sentenciados à morte. Ela teve o fim mais cruel dos três: primeiro, foi colocada em um quarto com água muito quente.
Como não cedeu, foi levada ao carrasco do imperador, que mesmo após três golpes não arrancou a cabeça da mulher. Conta uma parte da lenda que ela cantava a Deus enquanto tentavam arrancar sua cabeça.
(Fonte: Wikimedia Commons)
Bispo de Bréscia foi mestre em Ímola durante o século IV, onde dava aulas sobre taquigrafia, visando ensinar preceitos cristãos sem que fosse perseguido por professar sua fé. Cerca vez, foi obrigado pelo imperador Juliano, o Apóstata, a realizar sacrifícios aos deuses pagãos romanos.
Em virtude de sua negação em atender a um desejo do imperador, foi condenado à morte, com requintes de crueldade. Isso porque Cassiano era conhecido por ser severo com seus alunos, então o imperador determinou que eles seriam os responsáveis por impor o castigo máximo ao bispo.
Preso a uma estaca, foi torturado pelos jovens com os materiais que usava em sala de aula, morto por eles, que lhe arrancaram membro por membro com as próprias mãos. Acredita-se que, pela pouca força dos alunos, o processo tenha sido lento e doloroso.
(Fonte: Wikimedia Commons)
Outro santo a não ter um fim fácil foi São Brás. Capturado pelos romanos e preso, foi durante seu cativeiro que ficou conhecido como padroeiro das doenças da garganta, por ter retirado um espinho da garganta de uma criança, salvando-a.
Após isso, São Brás conseguiu escapar da prisão, escondendo-se no deserto. Porém, ao ser capturado pelos oficiais romanos, decidiram que seria decapitado, mas não só. Os soldados do imperador decidiram lhe arrancar toda a pele, usando para isso o ferro quente de uma tosadora de lã. Enquanto agonizava, teve sua cabeça arrancada.
(Fonte: Wikimedia Commons)
Vinda de família de nobres, Santa Luzia tinha sobre si expectativas de que casasse com um homem rico. No entanto, ainda jovem, comprometeu-se com o cristianismo, prometendo permanecer virgem para sempre. Quando foi finalmente obrigada a casar, acabou traída pelo próprio esposo, que a denunciou aos oficiais do imperador romano.
Condenada, foi forçada a viver uma vida de trabalhos sexuais forçados. Contudo, uma força fazia com que os soldados não conseguissem arrastá-la para o bordel. Cansados das tentativas, cortaram-lhe a garganta e arrancaram seus olhos como punição.
Essa última parte, ainda que não possua documentos ou relatos que comprovem, foi a versão que entrou para a história, inclusive fazendo dela a padroeira dos cegos.
(Fonte: Wikimedia Commons)
São Sebastião foi outro perseguido pelo império romano. Conta a história que, ao chegar em Roma, se juntou ao exército local, tentando converter os soldados ao cristianismo. Descoberto, foi arrastado até o imperador pagão, que ordenou a morte de Sebastião por arqueiros.
No entanto, ele conseguiu sobreviver aos ferimentos. Porém, o imperador Diocleciano, irritado, decidiu que Sebastião deveria ser espancado com paus até a morte. Após morto, seu corpo foi jogado nos esgotos romanos, uma tragédia completa.