Ciência
04/03/2023 às 09:00•2 min de leitura
Você já ouviu falar em pseudociência? Esse termo normalmente é usado para uma proposição, uma descoberta ou um sistema de explicação que se apresenta ao público como ciência de verdade, mas carece de rigor essencial ao método científico. Nesse sentido, uma pseudociência pode ser o resultado de pesquisas baseadas em premissas equivocadas, projetos experimentais falhos ou até mesmo dados incorretos.
É dessa forma que surgem os negacionistas climáticos, astrólogos, ufólogos e praticantes de medicina alternativa. Mas de onde surgiu a tendência de se afastar do "mainstream científico" e por que a semelhança entre esses dois segmentos pode ser tão perigosa para a sociedade? Entenda nos próximos parágrafos!
(Fonte: Getty Images)
A grande revolução das pseudociências aconteceu durante o século XIX, quando foi possível notar a ascensão do Espiritismo, da homeopatia e da frenologia. Também foi nesse período que fundamentalistas cristãos começaram a apresentar leves reações à teoria científica da evolução, que acabou culminando em confrontos mais árduos no século XX.
Religiões, em geral, costumam estar envolvidas nos maiores embates a respeito das pseudociências. No entanto, o grau mais nocivo de desinformação surgiu após o "boom" das teorias da conspiração — sobretudo aquelas que acompanharam os avanços tecnológicos no campo espacial.
Entre as décadas de 1960 e 1970, diversas conspirações fraudulentas passaram a questionar a originalidade das missões Apollo, quando o ser humano pisou na Lua pela primeira vez. Uma pesquisa feita pela Gallup no fim do século XX chegou a apontar que 6% da população dos Estados Unidos não acreditava que o desembarque dos astronautas no satélite da Terra foi genuíno.
Sendo assim, essa se tornou uma das maiores demonstrações de como a desinformação em massa pode gerar receio sobre assuntos comprovados cientificamente.
(Fonte: Getty Images)
Quando uma pseudociência surge, ela não necessariamente pretende ser ou se apresenta como nociva. Afinal, a crença que extraterrestres visitaram nosso planeta, que astros definem nossas personalidades ou que existe um plano de vida após a morte não foi feita para ferir ninguém, sendo tudo uma questão de fé.
O problema, no entanto, é quando a fé passa a ser maquiada como ciência. Em artigo publicado na Scientific American, o pesquisador Michael Shermer argumenta que a questão não é que esses indivíduos estão praticando ciência da maneira errada, mas que não estão nem perto de serem científicos.
Além disso, ele descreve a pseudociência como algo que diz menos sobre o que a ciência de fato é e mais sobre o que os cientistas fazem. Logo, teorias passam a ser vistas como verdade indiscutível quando nem sequer foram testadas ou, se foram, foram refutadas. A ciência pode não ser simples de compreender e nem sempre tão democrática quanto deveria ser. Contudo, a boa ciência é comprovada e educa aqueles que a consomem.
Informações na era em que vivemos surgem aos montes e de todas as partes. Por esse motivo, é preciso ser bastante cético com tudo que consumimos e buscar meios que justifiquem os fins — não o contrário.