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25/06/2023 às 06:00•2 min de leitura
Pode parecer estranho para alguns, mas roubar livros já foi alvo de muito ódio e causava bastante preocupação. Para entender por que isso acontecia, é preciso lembrar que, antes da invenção dos tipos móveis por Gutenberg, um livro feito de forma manuscrita era um objeto extremamente caro: produzido de forma artesanal, pelas mãos de poucas pessoas, resultando em uma peça de valor artístico. Por isso, furtar um deles poderia ser o equivalente a roubar um carro hoje em dia.
Por todas estas questões, havia uma série de maldições rogadas a quem ousasse roubar estas valiosas peças de coleção. O início dessas "pragas" remete ao século VII a.C. Desde então, vários livros foram cercados de punições "espirituais", digamos, para quem os levasse para casa. Neste texto, compartilhamos cinco desses casos bem bizarros.
(Fonte: Yale Beinecke Library/Reprodução)
No livro The Medieval Book, a pesquisadora Barbara A. Shailor registra uma maldição encontrada em Historia scholastica, obra produzida na França no século XII.
O texto diz assim: “Pedro, de todos os monges o menos significativo / deu este livro ao mais abençoado mártir, São Quentin. / Se alguém o roubar, deixe-o saber que no Dia do Juízo o próprio mártir mais santo / será o acusador contra ele diante da face de nosso Senhor Jesus Cristo".
(Fonte: Yale Beinecke Library/Reprodução)
Em um livro do século XI encontrado numa igreja da Itália, há uma maldição bem peculiar. O texto presente diz assim: "Quem pegar este livro ou roubá-lo / ou de alguma forma maligna o remover da Igreja de Santa Cecília / que ele seja condenado e amaldiçoado para sempre / a menos que ele devolva ou expie seu ato".
(Fonte: Getty Images)
Em um manuscrito do século XVIII encontrado no Mosteiro de São Marcos, em Jerusalém, há uma maldição que foi registrada em árabe. Ela diz: "Propriedade do mosteiro dos sírios na honrosa Jerusalém. / Qualquer um que roubar ou remover [isso] de seu local de doação será amaldiçoado pela boca de Deus! / Deus (exaltado seja) ficará zangado com ele! / Amém."
(Fonte: Amazon/Reprodução)
Na obra Anathema – Medieval Scribes and the History of Book Curses, o escritor Marc Drogin estudou e listou algumas maldições medievais dos livros. Em um deles, aparece uma danação horrorosa para quem pegasse um livro que não era seu.
A inscrição diz: "Se você tentar roubar esse livro / É pela garganta que você será pendurado. / E os corvos então se reunirão sobre você / Para encontrar seus olhos e puxá-los para fora".
(Fonte: Wikimedia Commons)
No Monastério de São Pedro, em Barcelona, uma biblioteca expunha uma maldição escabrosa.
A advertência aos ladrões era essa: "Para aquele que furtar um livro desta biblioteca / Que o livro transforme-se em uma serpente em suas mãos e o domine / Que seja atingido por paralisia, e que todos os seus membros sejam destruídos. / Que definhe de dor, clamando por misericórdia / Que não haja fim para sua agonia até que ele esteja desintegrado. / Que os Vermes de livro consumam suas entranhas em memória do Verme que não morreu. / E
quando finalmente ele rumar para seu julgamento final / Deixe que as chamas do inferno consumam para sempre e indefinidamente". Sem dúvida, muita gente deve ter corrido desse lugar após ler uma ameaça dessas!