Artes/cultura
09/07/2023 às 09:00•3 min de leitura
Um fato curioso sobre a evolução das espécies que já viveram na Terra é que a natureza parece ter uma predileção por aquelas com dentes-de-sabre. Por diversas vezes, em períodos diferentes, animais com caninos alongados vagaram pelo nosso planeta e amedrontaram suas presas com suas armas naturais.
Ao todo, é uma história que remonta a mais de 250 milhões de anos. E o que são animais dente de sabre? Segundo os paleontólogos, são todo tipo de mamífero carnívoro que usava dentes caninos longos e achatados para perfurar ou cortar a carne de suas vítimas. Veja só seis espécies dessa categoria que já estiveram andando por aí!
(Fonte: Wikimedia Commons)
Uma das mais antigas criaturas com dentes-de-sabre que conhecemos era, surpreendentemente, herbívoro. Nomeado em 2011, o Tiarajudens excentricus era um pequeno mamífero que vagava pelo Brasil pré-histórico há cerca de 260 milhões de anos. Como as pesquisas sobre a espécie são recentes, pouco se sabe sobre ela até agora.
No entanto, o crânio incrivelmente preservado que foi achado por paleontólogos revela que esses animais tinham dentes caninos longos e achatados na sua mandíbula superior. Esses dentes, contudo, não eram para perfurar presas, mas para combates entre si — parecido com o que os cervos modernos fazem.
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(Fonte: Wikimedia Commons)
Entre todos os carnívoros dente-de-sabre que já viveram pela Terra, o Inostrancevia africana foi de longe um dos maiores. Cada adulto dessa espécie podia chegar a três metros de comprimento e pesar mais de 270 kg. Embora os primeiros espécimes tenham sido encontrados na Rússia, paleontólogos estimam que o protomamífero também chegou até a África do Sul pré-histórica por migração.
Acredita-se que o carnívoro foi forçado a atravessar a Pangea para chegar à área preservada do deserto de Karoo, visto que os ecossistemas mudavam rapidamente e entravam em colapso. Outro carnívoro dente-de-sabre dessa proporção só apareceria novamente até mais de 200 milhões de anos após a extinção dos Inostrancevia africana.
(Fonte: Wikimedia Commons)
Os animais feliformes, ou com "formas de gato", foram os que mais guardaram semelhanças com os dentes-de-sabre. Essa classe inclui criaturas como civetas, hienas, gatos e formas extintas como os Nimravidae. Porém, o exemplo mais icônico dessa família há de ser o Hoplophoneus occidentalis.
Com tamanho semelhante aos dos leopardos modernos, esses animais tinham o crânio mais alargado e abobadado que os "verdadeiros gatos". Esses predadores também eram conhecidos por seu comportamento rebelde. Curiosamente, paleontólogos encontraram fósseis de dois desses dentes-de-sabre que morreram juntos quando um deles ficou preso ao morder o braço do outro.
(Fonte: Wikimedia Commons)
Embora o Xenosmilus hodsonae seja uma espécie mais próxima dos "dentes-de-cimitarra", com caninos mais curtos e serrilhados, na árvore dos felinos fósseis, esses animais quebraram uma ordem natural. Eles eram gatos mais robustos, priorizando emboscar suas presas do que vencê-las na velocidade.
De acordo com estudos, esses felinos dentes-de-sabre tinham dentes tão poderosos que podiam morder grandes pedaços de carne, recuando para deixar suas presas morrer por sangramento antes de finalizá-las. Além disso, seus dentes incisivos eram compactados para conseguir raspar com eficiência a carne do esqueleto das vítimas.
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(Fonte: Wikimedia Commons)
Para finalizar a lista, não há como deixar de fora o tigre-dentre-de-sabre, conhecido cientificamente como Smilodon populator. Embora o felino Diego, do filme A Era do Gelo (2002), pareça um exemplo de como esses animais podiam ser inofensivos, não se engane: os tigres-dente-de-sabre eram criaturas formidáveis e completamente brutas.
O Smilodon populator evoluiu na América do Sul depois que seus ancestrais cruzaram uma ponte terrestre no atual Panamá. Eles pesavam até meia tonelada e usavam seus fortes braços para derrubar suas presas no chão antes de desferir um golpe fatal com seus dentes pontiagudos. A espécie, no entanto, foi extinta há cerca de 10 mil anos.