Artes/cultura
13/08/2023 às 10:00•2 min de leitura
Desde que foi inventado pelo educador francês cego chamado Louis Braille, em 1824, o sistema braile de escrita e leitura ajuda centenas de milhares de pessoas com deficiência visual a aprenderem a ler e escrever. Braille não só revolucionou um sistema que permitia que cegos pudessem desfrutar de livros e comunicação, como mudou a vida de muitas pessoas.
Inclusive, é difícil de imaginar como essas pessoas conseguiam se sentir inseridas na sociedade antes da invenção desse sistema. E, se hoje dispositivos de tecnologia inteligente têm surgido no mercado para esse público, muito se deve ao trabalho de Louis Braille. Conheça só cinco fatos impressionantes sobre o braile!
(Fonte: Getty Images)
Nascido no vilarejo francês de Coupvray, em 1809, Louis Braille acidentalmente perfurou seu olho direito com uma furadeira quando tinha apenas três anos. Curiosamente, a mesma ferramenta pontiaguda que o feriu seria também utilizada mais tarde em sua vida para aperfeiçoar o braile.
Após o caso, seu olho esquerdo acabou infeccionando e o jovem garoto perdeu a visão em ambos os olhos aos 5 anos. Mais tarde, quando ele tinha 10 anos, um padre local o convenceu a estudar na única escola para alunos cegos em Paris, o Royal Institute for Blind Youth.
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Quando estava no Royal Institute, Braille aprendeu a ler tocando em letras de alto relevo gravadas no papel — um método defendido pelo fundador da escola, Valentin Haüy. Esse sistema também permitia aos alunos aprender matemática e música, mas não oferecia qualquer estrutura para ensiná-los a escrever.
Nesse mesmo período, Louis Braille aprendeu sobre um código militar do exército francês que traduzia sons fonéticos em grades de pontos elevados, em duas colunas de seis pontos cada, com cada grade representando um som. Foi assim que, aos 15 anos, ele se sentiu inspirado a criar um formato mais simplificado de seis pontos em relevo para representar letras, números e pontuações.
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Embora o braile pareça um sistema útil apenas para a comunicação em forma de palavras, ele também é bastante útil para outras disciplinas. Por exemplo, o matemático cego Abraham Nemeth inventou códigos e símbolos em braile para comunicar matemática avançada como álgebra e cálculo após se frustras com as limitações do braile original.
O Código Nemeth, como foi chamado em 1950, agora é amplamente utilizado em universidades e livros didáticos. Mais recentemente, o sistema braile também foi adaptado para poder escrever endereços de e-mail e sites.
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Uma boa curiosidade a respeito do tema é que pessoas cegas conseguem ler mais rápido usando o sistema braile do que pessoas com visão conseguem ler um material impresso. Mas como isso funciona? Estudos indicam que uma pessoa com visão consegue ler uma média de 300 palavras por minuto.
Enquanto isso, os leitores de braile leem uma média de 400 palavras no mesmo período. A leitura nesse sistema exige o uso das duas mãos: uma mão desliza levemente sobre a linha de pontos enquanto a outra permanece imóvel no início da próxima linha.
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Dados e dominós são exemplos de jogos que possuem adaptações para que crianças cegas também possam jogar — utilizando o braile como mediador. Recentemente, versões em braile de jogos de cartas como Uno e jogos de tabuleiro clássicos como Banco Imobiliário também estão disponíveis por aí.
Já para os adultos, diversos produtos também existem em braile para ajudar na cozinha ou em outras atividades cotidianas. Basta uma breve busca para encontrar termômetros e livros de receitas em braile ou até mesmo materiais de escritório e itens de viagem.