4 próteses da antiguidade que demonstram o avanço da medicina

04/05/2024 às 19:003 min de leituraAtualizado em 04/05/2024 às 19:00

A medicina avança a passos largos conforme o progresso tecnológico também caminha. Se hoje é possível encontrar próteses capazes de serem controladas pela mente, permitindo que amputados sintam o que tocam com seus dedos artificiais, é preciso saber que essa invenção não é algo moderno.

Pesquisadores, historiadores e arqueólogos já provaram que partes do corpo humano são substituídas por outros objetos que emulavam os itens faltantes há milhares de anos. O que hoje cabe a médicos, anteriormente foi trabalho de habilidosos artesãos.

1. Mão de Prelês

A Mão de Prelês foi encontrada na Suíça em 2017. (Fonte: Archaeology/Reprodução)
A Mão de Prelês foi encontrada na Suíça em 2017. (Fonte: Philippe Joner/Archaeological Service Of The Canton Of Bern/Reprodução)

Arqueólogos suíços encontraram uma mão de bronze usando uma pulseira folheada em ouro. Os indícios sugerem que o artefato foi criado em algum momento do segundo milênio antes de Cristo.

A mão foi achada em um planalto nos Alpes e pertencia a um esqueleto masculino. Falta um dedo na mão de bronze, e não se sabe ao certo para que ela servia. "Pode ter sido a insígnia deste homem, e quando ele morreu, foi enterrada com ele", afirma a pesquisadora Andrea Schaer, do Serviço Arqueológico do Cantão de Berna. 

2. Esqueleto com dedos de metal

Quatro dedos de metal estavam ligados ao braço esquerdo do esqueleto encontrado em Freising. (Fonte: Bayerisches Landesamt für Denkmalpflege/Reprodução)
Quatro dedos de metal estavam ligados ao braço esquerdo do esqueleto encontrado em Freising. (Fonte: Bavarian State Office for Monument Preservation/Reprodução)

Arqueólogos da Alemanha acharam um esqueleto com uma prótese de metal ainda presa ao braço esquerdo, substituindo dedos que provavelmente haviam sido amputados. Após uma análise, verificou-se que peça já havia sido coberta com couro e amarrada ao braço de um sujeito.

O esqueleto foi descoberto na cidade de Freising e pertencia a um homem com idade entre 30 e 50 anos, que morrera entre 1450 e 1620. De acordo um comunicado assinado por Walter Irlinger, vice-conservador geral do Escritório de Estado da Baviera para Preservação de Monumentos, "a prótese oca na mão esquerda substituiu quatro dedos. Os dedos indicador, médio, anelar e mínimo são moldados individualmente em chapa de metal e são imóveis".

Além disso, as marcas no esqueleto sugerem que os dedos foram amputados enquanto o homem era vivo, mas não se sabe direito como os médicos realizaram esse procedimento. O paciente ficou apenas com o polegar.

3. O dedão de madeira de Luxor

Dedo feminino possui mais de 3000 anos. (Fonte: University of Basel/Matjaž Kacicnik/Reprodução)
Dedo feminino possui mais de 3 mil anos. (Fonte: University of Basel/Matjaž Kačičnik/Reprodução)

Arqueólogos que trabalhavam em uma câmara mortuária na necrópole Sheikh' Abd el-Qurna, a oeste de Luxor, no Egito, encontraram algo estranho: uma prótese de dedão do pé toda trabalhada e adaptada aos restos mortais de uma mulher que teria sido filha de um sacerdote egípcio. 

O dedo falso ficou conhecido como Cairo Toe ou Greville Chester Great Toe. Ele tem cerca de 3 mil anos e é considerado a provável primeira prótese de todos os tempos. Recentemente, pesquisadores o examinaram com microscopia moderna, e identificaram novos aspectos, como o fato de que o dedo foi refeito várias vezes para se adaptar ao pé da mulher.

4. Os dentes protéticos de Lucca

Dentes encontrados na Itália possuem mais de 400 anos. (Fonte: University of Pisa/Reprodução)
Dentes encontrados na Itália possuem mais de 400 anos. (Fonte: Simona Minozzi/University of Pisa/Reprodução)

No mosteiro de S. Francesco em Lucca, localizado na Toscana, arqueólogos descobriram um antigo conjunto de próteses dentárias. O achado inclui três incisivos centrais e dois caninos laterais, que foram reaproveitados de seus proprietários originais e amarrados com uma faixa dourada.

De acordo com Simona Minozzi, paleopatologista da Universidade de Pisa, a prótese pode, sim, ter sido usada como uma dentadura. "Esta é a primeira evidência arqueológica de uma prótese dentária usando tecnologia de banda de ouro para a substituição de dentes perdidos", declarou ao Discovery News.

Os arqueólogos escreveram, em artigo na revista Clinical Implant Dentistry and Related Research, que as raízes dos dentes foram parcialmente removidas antes que cortes fossem feitos ao longo da base de cada um. Acredita-se que as próteses eram presas aos dentes usando cordas.

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