Artes/cultura
16/03/2018 às 05:18•2 min de leitura
Com exceção de determinadas situações, a verdade é que a maioria não tem assim muito controle sobre o momento exato em que vai bater as botas, você não concorda? Pois existe uma cidade na Noruega chamada Longyearbyen onde os habitantes são proibidos de morrer. Tanto que os doentes que estão para dobrar o cabo da Boa Esperança, basicamente, são transportados para cidades maiores com antecedência para que a Derradeira não decida fazer sua visita na peque na localidade. Mas, por quê?
(Men’s Health/Getty Images)
De acordo com Lyndsey Matthews, do site Men’s Health, Longyearbyen é uma cidadezinha com cerca de 2 mil habitantes que fica no arquipélago norueguês de Svalbard. Esse lugarzinho fica entre a Noruega e o Polo Norte e, durante o inverno, além de registrar um frio congelante, por ficar tão ao norte do continente europeu, permanece na escuridão por três meses inteiros. Aliás, o frio de rachar que faz por lá é a principal razão de as pessoas serem proibidas de esticar as canelas em Longyearbyen. Morrer de frio, só metaforicamente mesmo!
A proibição de morrer foi instituída nos anos 50, depois que a população descobriu que os corpos sepultados no cemitério local não estavam se decompondo, uma vez que o solo do campo santo funcionava como uma espécie de freezer natural. No entanto, a restrição de enterrar pessoas em Longyearbyen não motivada apenas pelo receio de algum dia faltar espaço para “congelar” os mortos. A preservação dos cadáveres também podia ser perigosa.
(Norwegian Polar Institute/Highslide JS)
Tanto que, no final da década de 90, décadas depois de a proibição ser decretada, um time de pesquisadores que foi até Longyearbyen averiguar a situação exumou cadáveres de pessoas que faleceram durante a epidemia de gripe espanhola que assolou a Europa no começo do século 20 e conseguiu coletar amostras viáveis do vírus! Assim, a verdade é que existe o risco de que doenças sejam propagadas.
Segundo Lyndsey, é permitido que urnas contendo as cinzas de pessoas cremadas sejam depositadas no cemitério, mas, como essa opção de sepultamento não parece ser muito popular entre os habitantes, doentes terminais e indivíduos que estão com um pezinho na cova são encorajados a se transladar para passar seus últimos dias em outro lugar que não em Longyearbyen — e as autoridades norueguesas ajudam no que for necessário para tomar todas as medidas necessárias para facilitar o processo.
(The University Centre in Svalbard/Njål Gulbrandsen)
Na realidade, conforme contou Lyndsey, inclusive as grávidas são motivadas a se transladar para centros maiores com tempo suficiente para ter seus filhos em locais melhor preparados, já que Longyearbyen apenas conta com um pequeno hospital para atender a população. Fascinante isso, né?
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