Artes/cultura
21/03/2018 às 11:34•3 min de leitura
Hoje, 21 de março, é comemorado o Dia Internacional da Síndrome de Down. A escolha da data não é um mero acaso: essa síndrome é caracterizada por uma anomalia no cromossomo 21, que faz com que as pessoas nasçam com uma trissomia, isto é, ao invés de dois, existem 3 cromossomos.
A ideia de escolher uma data para “comemorar” uma síndrome – algo que poderia levantar algumas indagações – serve, na verdade, para dar visibilidade ao tema. Os portadores estão cada vez mais inseridos na sociedade, mas, mesmo assim, muita gente ainda torce o nariz para eles puramente por preconceito.
Por isso, trazemos uma lista de 8 pessoas com a Síndrome de Down que se destacaram em diferentes áreas. Confira:
A primeira professora com Síndrome de Down do Brasil atua há mais de 13 anos como auxiliar na educação infantil de uma escola particular de Natal, no Rio Grande do Norte. Débora também já escreveu um livro para crianças, intitulado “Débora Conta Histórias”, e recebeu o Prêmio Darcy Ribeiro em Educação no ano de 2015 – uma escolha da Câmara dos Deputados que elege três destaques anuais no Brasil na área educacional. “O que eu acho mais importante de tudo isso é ensinar a incluir as crianças, e todo mundo, para acabar com o preconceito”, analisa.
A carioca Fernanda Honorato, de 38 anos, atua no jornalismo televisivo desde 2006. Ela é uma das jornalistas do Programa Especial da TV Brasil e possui uma gama variada de hobbies, como dança e natação. Ela curte sambar, já foi musa da Portela e recebeu uma medalha das mãos do Príncipe Harry. É mole? “É preciso que as pessoas acreditem na gente. Nós só necessitamos de oportunidade e fazer novas amizades”, disse Fernanda quando foi nomeada ao RankBrasil com o título de primeira repórter com Síndrome de Down no Brasil.
Alcançar a faixa preta no judô é um dos maiores sonhos dos praticantes dessa arte marcial. O carioca Breno Viola, de 36 anos, foi o primeiro homem com a síndrome em todas as Américas a alcançar a tão almejada faixa, em 2002. Ele participou de campeonatos mundiais e trabalha com projetos sociais voltados a crianças e jovens. “Conto minha história e mostro que nada é impossível”, ressalta Breno.
O ator Ariel Goldenberg, de 37 anos, estrelou o filme “Colegas”, de 2012, ao lado da esposa Rita Pokk. Goldenberg se inspirou na atuação de Sean Penn em “Uma Lição de Amor”, de 2001, e movimentou uma campanha para trazer o ator para cá. No fim das contas, o hollywoodiano recebeu Ariel e Rita em sua casa. “Sou igual a todo mundo”, explica Ariel.
A primeira youtuber brasileira com Síndrome de Down é a Cailana Bauer Lemos, ou apenas Cacai Bauer em seu canal. Ela tem 23 anos e mora em Lauro de Freitas, na Região Metropolitana de Salvador. Em seu canal, Cacai mostra seu dia a dia e adora fazer paródias de músicas famosas. Seus pais e irmãos também entraram na brincaram e aparecem alguns vídeos. “Meus fãs me defendem dos ataques e eu deixo lá para que todos vejam que a melhor forma de combatê-los é ignorando”, diz Cacai sobre os comentários dos haters.
Tataraneta da princesa Isabel, Maria de Orleans e Bragança é a única brasileira entre as 37 princesas da família real a ter o cromossomo extra que causa a Síndrome de Down – provavelmente, ela é a única princesa no mundo a ter essa condição. E se você pensa que o sangue azul e nobre ou a síndrome fizeram ela se acomodar, você está enganado. Ela já lançou dois livros e está trabalhando no terceiro.
Em 2016, o RankBrasil reconheceu o mineiro Eduardo Gontijo, de 27 anos, conhecido como Dudu do Cavaco, como o primeiro brasileiro com Síndrome de Down a gravar um CD. A obra traz 10 sambas que contaram com a participação de outros mineiros famosos, como Marco Tulio Lara, do Jota Quest. “Devemos lutar pelos nossos sonhos e colocar muito amor em nossas ações. Quando estou tocando, coloco a minha emoção no cavaquinho e envio para a plateia”, explica.