Ciência
05/05/2018 às 10:00•2 min de leitura
O que é felicidade? Essa é uma daquelas perguntas que a ciência simplesmente não consegue responder. Ou, pelo menos, é o que nós pensamos. Desde 1938, um grupo de pesquisadores de Harvard vem trabalhando na questão por meio de um estudo geracional realizado com centenas de homens norte-americanos.
Na verdade, trata-se de uma combinação de dois estudos diferentes: o Grant, que se concentrou em 268 homens formados em Harvard nas classes de 1939 a 1944; e o Glueck, que se concentrou em 456 homens que cresceram no centro da cidade de Boston. O propósito de ambos os estudos era descobrir quais fatores sociais, biológicos e pessoais podem ser considerados os melhores indicadores de felicidade na velhice.
Nas últimas oito décadas, os mais de 700 participantes mantiveram contato com os pesquisadores por meio de uma série de visitas regulares. A cada dois anos, os homens eram (e ainda são) solicitados a preencher um questionário sobre saúde física e mental, casamento, carreira e, eventualmente, aposentadoria. E a cada cinco ou dez anos, alguns participavam de entrevistas mais detalhadas sobre felicidade geral e a situação de suas vidas no momento.
Segundo George Vaillant, diretor do estudo, todos os dados obtidos podem ser resumidos em apenas cinco palavras: "felicidade é amor. Ponto-final". Segundo ele, a melhor variável que previa a felicidade ao final da vida era o número de “relacionamentos calorosos” que os homens tiveram.
O estudo descobriu que aqueles que mantiveram um relacionamento afetuoso com suas mães ganhavam em média 87 mil dólares a mais por ano do que os que não mantiveram. Já os que estavam próximos a seus pais demonstraram estar mais satisfeitos ao final da vida. Mas foram os relacionamentos por volta dos 47 anos que provaram ser os melhores indicadores de felicidade aos 80 e 90 anos de idade.
Agora que uma geração completa já passou desde o início dos experimentos (os primeiros participantes que ainda estão vivos são todos centenários), o estudo começou a expandir seu foco. A segunda geração do projeto tem uma missão semelhante à da anterior, mas seus participantes são os filhos e enteados dos homens do estudo original. Juntamente aos dados coletados no século passado, eles poderão pintar um quadro mais completo da felicidade no mundo moderno.
O estudo agora vai ser expandido para incluir fatores mais remotos, como a felicidade dos pais dos participantes e a força dos seus relacionamentos. Em suma, a pesquisa está descobrindo que a felicidade cresce quando estamos todos intimamente conectados, e isso significa que ela pode ter mais a ver com a felicidade dos outros do que você pensava anteriormente.