Ciência
20/02/2020 às 12:00•2 min de leitura
Na noite de ontem (19), o bloco de Carnaval Lá em Cuba, em Cuba Lá, formado em 2009 por alunos e cientistas do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), desfilou em São José dos Campos com um bonecão em homenagem ao ex-presidente da organização, Ricardo Galvão, que foi exonerado pelo presidente Jair Bolsonaro em meados de 2019 após polêmica na divulgação de dados sobre o desmatamento na Amazônia.
O Institutuo, a ciência e a Amazônia foram lebrados pelos foliões — a letra da marchinha fez referência ao episódio afirmando que "se o Inpe fala, pode acreditar" e também que "a alegria acorda cedo... cuidado seu Jair... quem tem nariz tem medo", em clara crítica ao presidente Jair Bolsonaro.
Os foliões se concentraram em frente ao parque Vicentina Aranha, na região central da cidade, e percorreu da Avenida Nove de Julho até a Sociedade dos Amigos da Vila Ema, na Av. Heitor Villa Lobos, terminando na quadra Savema, e contou com a presença do homenageado Ricardo Galvão, além de também fazer referência aos cientistas Giordano Bruno e Galileu Galilei, que são considerados os pais da ciência moderna e também sofreram perseguições em seus tempos por defenderem a importância da pesquisa científica.
No ano passado (2019), foram divulgados dados que indicavam alta na devestação da Amazônia e Bolsonaro disse que os números que registravam um aumento de 88% nos alertas de desmatamento não coincidiam com a verdade, e que "parece até que [Ricardo Galvão] está a serviço de alguma ONG". Após a crítica do Presidente da República, Galvão saiu publicamente em defesa da pesquisa e afirmou que as acusações de Bolsonaro pareciam uma “piada de um garoto de 14 anos”.
Depois de rebater as críticas e acusações de Bolsonaro, em julho de 2019, Galvão, que foi eleito pela revista britânica Nature como um dos dez cientistas de destaque do ano de 2019, e que esteve à frente da presidência do Instituto desde o ano de 2016, foi exonerado.