Ciência
28/04/2021 às 14:00•2 min de leitura
Os tripulantes do navio que encalhou no Canal de Suez, até ontem (27 de março) ainda estavam presos na embarcação quase um mês depois de ela ter sido liberada, desbloqueando a passagem pela famosa rota marítima comercial localizada no Egito.
De acordo com a BBC, a tripulação do gigantesco cargueiro, formada por 25 indianos, não pode ser liberada para voltar para casa até que os responsáveis pelo Ever Given, uma holding japonesa, paguem a taxa de quase US$ 1 bilhão, o equivalente a R$ 5,39 bilhões pela cotação do dia.
A quantia está sendo cobrada pela Autoridade do Canal de Suez, que controla a via navegável por onde passam 12% do comércio global. Ela serve como uma compensação de danos pelos quais a rota teria sofrido, incluindo uma suposta perda de reputação, além de cobrir também os custos da operação de salvamento do navio, desencalhado no dia 29 do mês passado.
(Fonte: BBC/Reprodução)
Segundo a publicação, o status do navio é de “confiscado”, no momento, e ele deve ficar assim até que todo o imbróglio envolvendo o pagamento da taxa seja resolvido. Porém, especialistas indicam que o processo com as autoridades egípcias, a empresa japonesa, seguradoras e agências governamentais pode levar anos para ser finalizado, deixando a tripulação presa até isso acontecer.
Ao longo da história, mais embarcações e suas tripulações também ficaram proibidas de deixar o Canal de Suez, temporariamente. Um desses casos aconteceu em 1967, durante a Guerra dos Seis Dias, quando 15 navios que passavam pela via acabaram no meio de um conflito entre o bloco formado por Egito, Síria e Jordânia contra Israel.
Eles ficaram ancorados no Grande Lago Amargo, mesmo local onde está o Ever Given, e só foram liberados após intervenções diplomáticas ocorridas ao fim da guerra. Mesmo assim, a maior parte dos marinheiros ainda ficou detida por lá durante três meses.
(Fonte: BBC/Reprodução)
Quanto aos tripulantes do navio encalhado em Suez no mês passado, eles estão bem humorados, apesar da situação, conforme representantes da Federação Internacional dos Trabalhadores em Transporte (ITF), que os visitaram recentemente.
Os trabalhadores, que estão bem de saúde, têm recebido o apoio de autoridades indianas e também da ITF, enquanto seguem as negociações do caso.
Na última segunda-feira (26), a Autoridade do Canal de Suez se defendeu afirmando que não estava detendo a tripulação do Ever Given e que eles estão livres para partir, desde que haja o suficiente para operar o navio.