Ciência
24/08/2022 às 02:00•2 min de leitura
No dia 1º de dezembro de 1955, uma mulher negra entrou para a história dos Estados Unidos. Rosa Parks ficou conhecida por se recusar a ceder seu assento no ônibus para uma pessoa branca, um crime que era passível de prisão segundo as leis da segregada cidade de Montgomery, no Alabama.
Foi esse ato silencioso de desafio às regras estabelecidas que deu início ao Movimento dos Direitos Civis, o qual traria grandes mudanças à sociedade norte-americana. Porém, a história não para por aí. Veja só mais seis fatos inspiradores a respeito da vida de Rosa Parks!
(Fonte: Wikimedia Commons)
Embora Rosa Parks sempre tenha sido uma pessoa muito estudiosa e dedicada, ela precisou abandonar o colégio aos 16 anos para cuidar de sua vó que estava no leito de morte. Aos 19 anos, no entanto, o marido de Parks, Raymond, insistiu para ela concluir o ensino médio.
Foi assim que ela quebrou mais uma marca em sua vida. Embora apenas 7% dos negros americanos conseguissem tirar um diploma do colegial naquela época, Parks contrariou todos os números e se graduou em 1933.
(Fonte: Wikimedia Commons)
Apesar de Parks ter conquistado maior reconhecimento após sua prisão em 1955, a sua luta por direitos iguais não começou ali. Em 1943, ela já havia se juntado à Associação Nacional para o Progresso de Pessoas de Cor (NAACP) de Montgomery, onde serviu como secretária até 1956.
Parte da sua agenda consistia em viajar pelo estado do Alabama e entrevistar vítimas de discriminação e testemunhas de linchamento. Depois de se mudar para Detroit, ela então começou a trabalhar como assistente do deputado John Conyers, com quem atuou para encontrar moradia para pessoas desabrigadas.
(Fonte: Wikimedia Commons)
O motorista James Blake, que conduzia o ônibus no qual Rosa Parks foi presa em 1955 e quem a denunciou, já havia causado problemas para a ativista anteriormente. Em 1943, Blake insistiu para que Parks saísse do veículo e entrasse novamente pelas portas dos fundos — uma regra para passageiros que usavam sistemas de ônibus segregados.
Em vez de esperar que ela desse a volta, Blake foi embora assim que Parks pisou para fora do ônibus. Ela evitou o motorista por 10 anos, até não ter prestado atenção no fatídico dia de sua prisão.
(Fonte: Wikimedia Commons)
Parks nunca planejou em ser uma grande influenciadora, mas foi justamente o que aconteceu após sua prisão. Nessa época, vários grupos de direitos civis usaram seu protesto silencioso como uma oportunidade de combater leis de segregação inconstitucionais no sul dos Estados Unidos.
O boicote aos ônibus de Montgomery começou poucos dias depois de sua prisão, o que fez com que a Suprema Corte dos EUA considerasse ilegal a existência de ônibus segregados na região. Além disso, muitos historiadores enxergam que esse momento foi o que casou a legislação federal dos direitos civis no país na década de 1960.
(Fonte: Wikimedia Commons)
Não muito tempo depois de sua histórica prisão em 1955, Parks enfrentaria problemas com a lei novamente no dia 22 de fevereiro de 1956. Desta vez, ela acabou sendo presa com mais 100 colegas manifestantes por violar as leis de segregação durante o boicote aos ônibus de Montgomery.
O evento foi tão significativo quando da primeira vez e só colocou mais lenha na fogueira a respeito da necessidade de mudar as coisas dentro do estado do Alabama.
(Fonte: Wikimedia Commons)
Após a sua morte em 2005, Rosa Parks foi velada publicamente sob a rotunda do Capitólio dos Estados Unidos, em Washington D.C. Essa honra não somente é dada para os cidadãos mais ilustres do país, mas principalmente para aqueles que ocuparam cargos públicos por longos anos.
Parks continua até hoje sendo um dos quatro cidadãos comuns a receberem tal tipo de honraria e também a única mulher entre todos.