Ewa Wisnierska: a atleta que foi sugada pelas nuvens até 10 km de altura

08/02/2023 às 06:302 min de leitura

A alemã Ewa Wisnierska já se arriscava todos os dias praticando um esporte radical como o parapente, mas ela realmente encarou a morte em fevereiro de 2007. Isso quando foi sugada por nuvens do tipo cumulonimbus, que a levaram até 10 mil metros de altura. Ainda assim, a atleta sobreviveu para contar a história. 

Tudo começou no ano anterior(2006), quando Ewa, uma atleta de ponta, sofreu um grave acidente nos Alpes Suíços. Depois de um tempo sem treinar, para se recuperar de uma fratura na pélvis, ela queria "correr atrás do prejuízo" e chegar com força no Campeonato Mundial de 2007, que seria disputado na Austrália. Ela era uma das favoritas. 

Quando nuvens começaram a surgir no céu australiano, por volta do meio-dia, Ewa e seus amigos não pensavam que seria algo tão sério. Acreditavam na possibilidade de desviar das nuvens que se formavam, de modo que eles resolveram treinar mesmo assim. 

Até que a situação piorou, repentinamente. Uma verdadeira tempestade atingiu os parapentistas em cheio e pouco tempo depois eles estavam lutando por suas vidas em meio às nuvens.

Mais alto que o Everest

Cena do documentário Milagre na Tempestade. (Fonte: ABC1/Reprodução)Cena do documentário Milagre na Tempestade. (Fonte: ABC1/Reprodução)

Quando seu parapente encontrou as nuvens cumulonimbus, Ewa foi consumida em um vórtice de ventos que ultrapassaram os 80 quilômetros por hora. Como eles sopravam para cima, a atleta subia cada vez mais. Mesmo sendo uma das melhores parapentistas do mundo, Ewa não conseguia fazer nada para descer.

Seu GPS detectou a altura máxima de 9946 metros — mais alto que a maior montanha do mundo, o Everest, que tem 8848. Só que ela não estava equipada para tal atitude e acabou perdendo os sentidos, tanto pelo frio quanto pela falta de oxigênio.

Acredita-se que ela tenha enfrentado temperaturas de 55 graus celsius negativos no alto, onde ficou por cerca de uma hora. Um parapentista chinês, He Zhongpin, acabou morrendo por conta de um raio na mesma nuvem em que Ewa ficou presa. 

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Voando pela vida

(Fonte: Ewa Wisnierska/Facebook)(Fonte: Ewa Wisnierska/Facebook)

A alemã contra todas as probabilidades sobreviveu. Segundo os médicos, o desmaio pode ter ajudado Ewa a sobreviver, uma vez que diminuiu seus batimentos cardíacos e funções vitais. 

Quando a tempestade teve fim, a parapentista começou a cair em queda livre para sua morte. Até que, após cair mais de 3 mil metros, ela recuperou seus sentidos. Ainda desorientada e com seu parapente coberto de gelo, Ewa Wisnierska conseguiu pousar em segurança — três horas e meia depois, a sete quilômetros de onde tinha sido engolida pela nuvem.

Mesmo no chão, o pesadelo de Ewa não tinha terminado: ela pousou muito longe de qualquer vestígio de civilização e de sua equipe. Seu rádio não funcionava, mas seu celular enfim tocou: ela conseguiu passar suas coordenadas para a equipe, que se apressou para resgatá-la. Como um milagre, seus únicos ferimentos foram queimaduras pelo frio e ela logo teve alta.

Em 2010, a rede de TV australiana ABC1 produziu um documentário sobre a história de Ewa, chamado Milagre na Tempestade. Ela conta que, assim que acordou, só pensou em seus pais e em como eles sofreriam se ela morresse — então reuniu suas últimas energias para sair da nuvem e voar novamente para a segurança.

No início, os amigos não acreditaram que ela tivesse voado tão alto — pensavam que era um erro de medição do GPS. Até que conectaram o equipamento no computador e observaram a trajetória completa. Mas, infelizmente, a incrível história de sobrevivência de Ewa foi eclipsada pela morte do outro atleta chinês, que deixou a comunidade do parapente de luto.

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