Artes/cultura
14/02/2023 às 04:00•3 min de leitura
A moda envolve muito mais do que vestir roupas consideradas bonitas em uma determinada época. Na verdade, a moda costuma refletir os contextos presentes na sociedade e se associa a discursos políticos vigentes.
Por isso mesmo, ao longo da história, já tivemos muitas tendências que, olhadas atualmente, nos parecem bem estranhas. Neste texto, contamos seis delas:
(Fonte: Wikimedia Commons)
Durante a Era Renascentista, houve uma moda chamada de bombasting, que consistia em algo bem curioso: o uso excessivo de enchimento dentro das roupas para fazer o usuário parecer mais largo. As imagens da Rainha Elizabeth I, por exemplo, costumam evidenciar a monarca com suas roupas bem infladas.
O enchimento geralmente era feito com materiais como lã e crina de cavalo. Acreditava-se que o uso desses materiais, especialmente na área dos braços, do peito e dos ombros, fazia a pessoa parecer mais imponente. Por isso, a tendência foi associada apenas às pessoas ricas e só chegaria ao fim no século XVIII, quando as pessoas começaram a priorizar roupas mais confortáveis.
(Fonte: Heather David/Flickr/Reprodução)
Na década de 1960, ocorreu por um tempo uma moda feminina de vestidos que eram feitos de papel. Eles eram produzidos por marcas como Scott Paper Company e Kleenex, que investiram na ideia de priorizar uma roupa mais sustentável.
A ideia era popularizar vestidos baratos e descartáveis, que serviriam para no máximo 2 usos antes de se desgastarem. O tecido era feito de celulose vegetal e foi produzido como uma alternativa barata ao material usado em hospitais e laboratórios. Acontece que eles eram pouco práticos, pois podiam se rasgar facilmente. Mas fizeram bastante sucesso em festas!
(Fonte: MET Museum/Reprodução)
Os sapatos chamados de crakows ou poulaines surgiram na cidade de Cracóvia, na Polônia (daí surgiu o seu nome) e fizeram sucesso durante o século XIV. Eram calçados bem pontiagudos e longos, claramente desconfortáveis. Eles se tornaram muito populares entre os homens ricos, pois se tornaram um signo de sua classe social.
A moda começou a cair no fim do século XV e o sapato começou a parecer cômico ao invés de chique. Há estudos que mostram que esse calçado pode ter causado danos aos pés de pelo menos 200 europeus nesta época.
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(Fonte: Miramax/Universal Studios/Reprodução)
Por incrível que pareça, durante a Era Tudor, na Inglaterra, entre os séculos XV e XVII houve uma moda que consistia em ostentar dentes escurecidos. Por conta do aumento no consumo de açúcar, que era uma substância cara e importada, as pessoas muito ricas começaram a ter dentes pretos e podres, e eles passaram a ser vistos como símbolo de status.
Historiadores dizem que a moda ficou tão forte que alguns cirurgiões britânicos podem até ter feito implantes usando dentes enegrecidos de cadáveres. Mesmo as pessoas pobres procuravam maneiras de escurecer os dentes para parecerem mais importantes.
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(Fonte: Wikimedia Commons)
Durante a época renascentista, era considerado bonito que as mulheres tivessem grandes testas lisas. Por isso, muitas delas raspavam a linha do cabelo para alongar esta parte da cabeça. Havia ainda as que raspavam as sobrancelhas e até os cílios.
(Fonte: Wikimedia Commons)
No período final do Renascimento, houve uma moda masculina com uma peça que destacava a parte da braguilha das calças.
Era chamada de braguette no francês e codpiece no inglês, e consistia na parte da frente da calça que permitia que o órgão sexual ficasse destacado e pudesse também ser retirado facilmente na hora de urinar.