Agência de Detetives Pinkerton: a polêmica primeira organização de investigação privada dos EUA

23/03/2024 às 15:002 min de leituraAtualizado em 23/03/2024 às 15:00

Quando Allan Pinkerton pisou pela primeira vez nos Estados Unidos, em 1842, ele era apenas um humilde tanoeiro sobrevivera à pobreza em sua terra natal, a Escócia. Porém, após 40 anos, ele acabou construindo um batalhão de detetives particulares de elite, conhecidos em todo o país por prevenir assaltos a trens, caçar condenados e quebrar greves.

Surgiu assim a Agência de Detetives Pinkerton, a principal organização de segurança e inteligência dos EUA, antes mesmo da existência do Serviço Secreto norte-americano e do FBI. Contudo, a reputação de violência dos agentes acabou fazendo com que a organização caísse em desgraça pública, ruindo aos poucos.

Allan Pinkerton e o trabalho de detetive

(Fonte: GettyImages)
(Fonte: Fotosearch/Getty Images)

Pinkerton fugiu da Escócia e mudou-se para Illinois em 1842. Cinco anos depois, enquanto procurava madeira no rio Fox para usar em seus trabalhos como tanoeiro, ele encontrou um grupo de falsificadores. Ao perceber que estavam confeccionando moedas falsas, alertou o xerife local e o acompanhou para efetuar a prisão.

Isso transformou Pinkerton em um herói local. Logo, empresas começaram a chamá-lo para investigar outros falsificadores. Foi assim que ele construiu sua reputação como detetive solitário. Porém, em 1855, seis ferrovias o contrataram para a proteção contra a crescente ameaça de roubos de trens. Para atender essa demanda, ele formou o que mais tarde se tornaria a Agência Nacional de Detetives Pinkerton.

O grupo acabou ganhando grande relevância durante Guerra Civil dos EUA, a partir de 1860. Durante as décadas de 1870 e 1880, a agência chegou ao seu auge. Após a guerra, o grupo abriu novos escritórios na Filadélfia e em Nova York para atender à crescente demanda. Contudo, os "Pinks" — como eram chamados — também desenvolveram uma reputação de brutalidade excepcional.

Queda da agência

(Fonte: GettyImages)
Detetives da Agência Pinkerton guardando o caixão de Marilyn Monroe, em 1962. (Fonte: Keystone/Getty Images)

Os agentes de Pinkerton usavam frequentemente todos os meios necessários para capturar os seus alvos, por vezes até matando civis inocentes no processo. Em 1877, por exemplo, eles foram contratados para acabar com a Grande Greve Ferroviária, que envolveu mais de 100 mil trabalhadores. Como resultado, 100 pessoas foram mortas em conflitos.

Depois que um agente de Pinkerton matou um pedestre de 15 anos durante uma greve dos estivadores de 1887, em Jersey City, o Partido Trabalhista Unido declarou que "os homens de Pinkerton vão de estado em estado cometendo assassinatos pelos quais nenhum deles é levado a julgamento". À medida que mais dessas histórias surgiram, o público passou a ficar alarmado com as estratégias violentas do grupo.

O uso de exércitos privados para interromper greves e a violência excessiva basicamente obliteraram a simpatia pelos Pinkerton. Em 1893, o Congresso dos EUA aprovou a chamada "Lei Anti-Pinkerton", tornando ilegal para o governo federal contratar forças de seguranças privadas ou mercenários.

Após a aprovação desta nova lei, a Agência Nacional de Detetives Pinkerton só poderia trabalhar com empresas privadas. No entanto, a ascensão do FBI e de forças policiais modernizadas tornaram seus serviços obsoletos. Assim, a Era Pinkerton encontrou seu iminente fim.

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