Artes/cultura
11/01/2018 às 07:12•3 min de leitura
Myslata de Blau foi um humilde pastor tcheco que, no século 14, deixou a população do vilarejo onde morava aterrorizada. Segundo os relatos, depois que Myslata morreu, começou a correr o boato de que, à noite, ele supostamente chamava pelos nomes e aparecia para alguns habitantes do local. O problema é que os azarados que recebiam as visitas noturnas do defunto começaram a morrer poucos dias depois.
(Boston University)
Obviamente, todos chegaram à conclusão de que Myslata só podia ser um vampiro — então, seu corpo foi exumado e uma estaca cravada em seu coração. Só que o artifício não funcionou, pois, segundo os relatos das testemunhas, o defunto soltou uma gargalhada e suas aparições se tornaram cada vez mais violentas.
Para por um fim nas ações do vampiro, os moradores do vilarejo perfuraram seu corpo com estacas e contrataram um carrasco para decepar sua cabeça. Depois, o cadáver de Myslata foi cremado e enquanto as chamas o consumiam, dizem que o vampiro soltou gritos de congelar a espinha e que era possível ver seu sangue borbulhando pelas feridas abertas.
Outro caso que foi registrado na República Tcheca foi o de Johannes Cuntius, um cara que, em 1582, teria sofrido um terrível acidente e se transformou no protagonista de uma história macabra. Johannes vivia no vilarejo de Pentsch, mas um dia levou um baita coice de seu cavalo na cabeça e, apesar de ser levado ainda com vida até sua casa, não resistiu aos ferimentos e morreu.
(Wikimedia Commons/Domínio Público)
Só que antes de falecer, dizem que um gato preto pulou sobre ele em sua cama — o que era considerado um baita sinal de mau agouro. Então, depois do enterro, o pessoal de Pentsch começou a ver Johannes perambulando à noite e levando consigo o cheiro da morte pelo vilarejo.
Logo começaram a falar que Johannes era um vampiro e, para dar um basta em suas andanças sinistras, os moradores de Pentsch desenterraram o morto, cortaram seu corpo, o queimaram até ele virar cinzas e cobriram de terra sua cova vazia.
No século 18, no vilarejo de Tarrant Gunville, na Inglaterra, um servo chamado William Doggett teria tomado emprestado uma pequena fortuna com seu amo, Lorde Melbury, mas, quando foi cobrado para devolver a quantia, não tinha como pagar o empréstimo de volta. Doggett, então, começou a vender objetos do casarão para levantar fundos e, depois de ser descoberto, ficou consumido pela culpa e pela vergonha e decidiu tirar a própria vida.
(Stuff You Missed In History Class)
Após o suicídio, começou a correr pelo vilarejo o boato de que Doggett circulava pela localidade em uma carruagem fantasmagórica à noite e que ele havia desenvolvido o gosto por consumir sangue humano. Além disso, vários fenômenos paranormais — como portas e janelas se abrindo e fechando sozinhas — passaram a ser observados em Tarrant Gunville, e não demorou até que todos se convencessem de que o servo tinha virado um vampiro.
O cadáver de Doggett foi desenterrado e dizem que ele não mostrava qualquer sinal de decomposição. Além disso, quem estava presente durante a exumação relatou que o rosto do homem estava todo sujo de sangue — o que serviu de confirmação de que o cara era vampiro. Então, o corpo recebeu o “tratamento” da época indicado para lidar com os seres das trevas e ele nunca mais voltou a assombrar o vilarejo.
Petar foi um camponês que, em 1725, se tornou o centro de um incidente de histeria coletiva no vilarejo de Kisilova, na Sérvia. Segundo os registros históricos, depois de falecer, nove outros residentes do local teriam morrido em circunstâncias estranhas, levando a população a suspeitar de que Petar poderia estar envolvido nos casos.
(Magia Posthuma)
Não demorou até que começassem a circular rumores de que o falecido seria um vampiro sanguinário que saia de sua cova à noite para caçar suas vítimas. Inclusive surgiu o papo de que Petar teria procurado o próprio filho em busca de comida e, depois de o rapaz negar o alimento, o mostro o teria matado brutalmente e bebido o seu sangue.
Para por um ponto final nas mortes, os moradores de Kisilova se reuniram no cemitério do vilarejo, convocaram o padre local para estar presente, juntamente com um representante do governo local, desenterraram Petar e, depois de confirmar que seu corpo supostamente mostrava sinais de vampirismo — como não ter sinais de decomposição e ter a barba, cabelos e unhas crescidas —, uma estaca foi cravada em seu peito e o cadáver incinerado.
Pois os rumores sobre os ataques de Petar devem ter viajado muito além de Kisilova, pois, um ano depois do ritual no cemitério, outro caso de histeria coletiva relacionada ao medo de vampiros foi registrado na Sérvia — desta vez no vilarejo de Medveda e envolvendo um bandoleiro dos Balcãs chamado Arnold Paole que se instalou na cidadezinha.
(Absolute Write)
De acordo com os documentos históricos, esse cara começou a falar que havia sido mordido por um vampiro otomano, mas que tinha se livrado da maldição de se tornar um bebedor de sangue ao desenterrar o dito cujo, decepar sua cabeça e comer um punhado de terra da sepultura misturada com sangue. Só que um belo dia Paole morreu — e, claro, logo em seguida começaram os boatos de que ele também era um ser da escuridão.
Primeiro, quatro habitantes de Medveda disseram ter sido vítimas dos mordiscos de Paole, depois outros moradores garantiram que tinham visto o suposto vampiro sair de sua cova. O fato é que 16 pessoas teriam sido afetadas pelos ataques do bandoleiro das trevas, e quando o defunto foi exumado, descobriram que seus olhos estavam abertos e que havia sangue escorrendo de todos os orifícios de seu corpo. Então, para se livrar da maldição, Paole foi decapitado e seus restos mortais foram completamente queimados.