Câmera de 1935 revela fotos de misterioso casal em viagem à Europa

O colecionador de câmeras irlandês William Fagan e a empresária Mella Travers, dona do estúdio The Darkroom, compartilharam imagens intrigantes encontradas em uma câmera Leica III de 1935, comprada em 2015. Segundo os especialistas em fotografia, as 22 fotos ocultas no equipamento contam a história de um misterioso casal que percorreu a Europa na metade do século XX.

A máquina vintage Leica III foi desbravada apenas recentemente, e seu conteúdo intrigou profundamente o atual dono. Obcecado pelos fotografados, o homem decidiu investir todo seu tempo em determinar a história do casal, e contou com o apoio da amiga Mella Travers para restaurar, com perfeição, cada detalhe das imagens.

“As fotos foram muito bem compostas e, com exceção de um pequeno número, foram geralmente bem expostas”, disse Fagan em entrevista. “A câmera não tinha fotômetro e o fotógrafo teria usado um medidor separado, a regra Sunny 16, ou apenas adivinhado. Ainda não sabemos o ISO/ASA nativo do filme de Perutz”. 

A distribuição das imagens através de um artigo publicado no site Macfilos gerou uma intensa movimentação nas redes sociais, resultando em uma caça global para descobrir se os antigos donos da câmera ainda estão vivos. A iniciativa ganhou contornos ainda maiores quando surgiram as primeiras conclusões, estimando que os eventos das fotos ocorreram entre 1948 e 1951.

A primavera de 1951

Junto a especialistas, Fagan descobriu que o BMW 315 Cabriolet que aparece em boa parte das fotos foi registrado por volta de 1948, durante a ocupação americana do sul da Alemanha, e que a viagem do casal foi feita por volta de 1951. A análise das fotos foi feita por um exame forense que estimou a data após observação dos costumes da época incluindo comerciais, veículos, movimentação nas ruas e distribuição da cidade.

“Estamos buscando uma série de pistas, mas a maioria até agora levou a um beco sem saída. 70 anos é muito tempo, pelo menos 3 gerações, e estamos realmente contando com alguém que reconheça as pessoas e entre em contato conosco se realmente desejar fazer isso”, concluiu Fagan, que continua na busca pelas pessoas que surgiram nas fotos.