Estilo de vida
25/06/2021 às 09:30•2 min de leitura
Na manhã de 26 de maio de 1828, entrou na cidade de Nuremberg, na Alemanha, um menino de aproximadamente 16 anos, usando pantalonas, uma gravata de seda, um colete, uma jaqueta cinza, com um lenço no pescoço com as iniciais 'KH' bordadas, e botas tão rasgadas que exibiam as pontas de seus dedos.
Os policiais identificaram o garoto e resolveram abordá-lo, imaginando que se tratasse de um vagabundo. No entanto, o jovem não conseguiu falar mais do que algumas palavras gaguejadas, então apenas entregou um envelope endereçado a um capitão da cavalaria.
Dentro havia uma carta dizendo que o jovem se chamava Kaspar Hauser e que o seu autor não tinha nenhum vínculo sanguíneo com ele, embora tivesse o criado como um filho. Foi também observado que desde 1812, Hauser não tinha contato com ninguém do mundo exterior. Ele sabia ler, escrever e desejava se tornar um cavaleiro como o pai, que teria sido um homem muito culto. A carta terminava com o autor dizendo que ele morreria se tivesse que levar Hauser até Nuremberg.
(Fonte: The Vintage News/Reprodução)
Hauser foi levado sob custódia, e os policiais o definiram como "um louco ou idiota", em parte pela maneira infantilizada como ele se comportava e por andar igual uma criança.
As autoridades descobriram que ele sentia repulsa por qualquer comida ou bebida, exceto pão e água. Ele não conhecia objetos básicos, como espelhos, e acabou se queimando ao tentar agarrar a chama de uma vela com as próprias mãos.
(Fonte: Wikimedia Commons/Reprodução)
Hauser foi colocado sob custódia de Lord Stanhope, um nobre britânico, que ensinou tudo o que o "menino da floresta", como ficou conhecido, precisava saber. Conforme aprendia a se comunicar de maneira inteligível, Hauser contou que teria passado sua vida inteira em uma prisão. Ele disse que nunca viu o rosto do homem que o trouxe até a entrada da cidade, pois foi forçado a olhar para o chão durante toda a viagem.
O jovem detalhou ao professor Daumer, que estava tratando seu caso, sobre um sonho em que se viu em um castelo na companhia de uma mulher e um homem todo de preto segurando uma espada. Segundo o professor, havia a possibilidade de que o sonho pudesse ser uma remota lembrança da vida do jovem antes da prisão.
(Fonte: Wikimedia Commons/Reprodução)
Pouco a pouco, a história de Kaspar Hauser foi tomando conta da Europa, com as pessoas espalhando boatos de que ele poderia ser um príncipe, ou um impostor em busca de fama e fortuna com uma história fantasiosa.
Em 1829, a cidade prendeu a respiração quando Hauser foi encontrado no porão de Daumer, sangrando de um ferimento na cabeça. Ele disse que reconheceu a voz do homem que o trouxera até Nuremberg, mas não conseguiu explicar o que aconteceu.
Quatro anos mais tarde, ele entrou em sua casa em Ansbach em estado de choque, reclamando que foi atraído para o parque por um estranho e sido esfaqueado na lateral de seu corpo.
Hauser até tentou levar seus amigos até o local do crime, porém acabou morrendo no meio do caminho devido ao ferimento profundo.
No final das contas, o episódio só serviu para adicionar mais um capítulo de mistério na vida de Kaspar Hauser, que há 193 anos intriga as pessoas com relação a sua verdadeira identidade. O que pode ter acontecido com o jovem? Quem era ele?